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Pesquisadores propõem uso integral do ginseng brasileiro

Estudos também avaliam o potencial de uso de partes da planta que, hoje, não têm nenhum valor comercialPesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA/Unicamp), integrantes do grupo de pesquisa coordenado pela professora Maria Angela de Almeida Meireles, desenvolveram um extrato rico em β-ecdisona - composto usado em fármacos fitoterápicos voltados ao tratamento de perda de memória - e em saponinas - substâncias com propriedades surfactantes, ou seja, capazes de influenciar a superfície de contato entre dois líquidos que não se misturam, dando

O extrato foi obtido a partir de raízes do ginseng brasileiro (Pfaffia glomerata). Tanto o processo de obtenção quanto a aplicação do extrato como agente surfactante deram origem a um depósito de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

Atualmente, de acordo com o pesquisador DiegoTresinari dos Santos, o ginseng brasileiro está na base de apenas um produto comercial, o Ginseng Brasileiro Herbarium 300mg, com cerca de 1% de β-ecdisona em cada cápsula. Durante sua produção, uma grande quantidade da planta vira resíduo ou não é utilizada, uma vez que apenas as raízes são utilizadas e, mesmo nelas, a concentração de β-ecdisona é bastante reduzida.

Os pesquisadores da FEA/Unicamp viram na busca pelo aproveitamento integral das raízes e das partes aéreas da Pfaffia glomerata uma chance de explorar diferentes usos para os resíduos da fabricação do produto comercial, produzir extratos com maior teor de β-ecdisona e avaliar o potencial de partes da planta que, hoje, não têm nenhum valor comercial.

– A produção de um extrato como esse que já desenvolvemos e o uso das partes aéreas deixadas no campo durante a colheita das raízes – sobre o qual ainda nos debruçamos – podem contribuir significativamente para a viabilidade econômica de uma futura biorrefinaria para o aproveitamento da biomassa ginseng – afirma Santos.

Outras aplicações

Ao longo da investigação, foram parceiros o Lasefi, coordenado pela professora Maria Angela Meireles, a Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo (USP), por meio de grupo de pesquisa coordenado pelo professor Sílvio Silveiro da Silva, e a Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, com grupo liderado pela professora Marisa Beppu.

– Agora, seguem em andamento estudos sobre produção de energia a partir das partes aéreas do ginseng brasileiro. Para se ter uma ideia, constatamos que a coleta de 49,9% dessa biomassa descartada nos campos seria suficiente para suprir toda a eletricidade e o calor necessários à produção dos extratos, via métodos que desenvolvemos no Lasefi -, explica Santos.

A pesquisadora Renata Vardanega agora irá tentar a produção de dois extratos em vez de um único, buscando a coprodução de extratos ricos em β-ecdisona e em saponinas a partir das raízes do ginseng brasileiro. Além disso, pretende-se avaliar o potencial de extração, a partir das partes aéreas, de metabólitos secundários – substâncias que geralmente não estão envolvidas em funções vitais das plantas, como a respiração, mas que possuem importante utilidade para o seu desenvolvimento fisiológico e podem ser usadas em formulações farmacêuticas, cosméticas, alimentícias, entre outras.

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