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Pesquisadores testam novas cultivares de cana no Rio Grande do Sul

Com as novas variedades, Estado pode se destacar no mercado do etanolPara atender à aptidão agrícola do Estado ao cultivo da cana-de-açúcar, a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) e a Embrapa apostam em nove novas variedades indicadas ao Rio Grande do Sul. Após cinco anos de experimentação a campo, as instituições apresentaram, na terça, dia 6, as novas cultivares.

A atividade integra a programação do Simpósio Estadual da Agroenergia e da IV Reunião Técnica de Agroenergia-RS, que acontece até quinta, dia 08, em Porto Alegre. O objetivo do evento é fomentar a cadeia produtiva de biocombustíveis no Estado e no país.

– O Estado, que não tinha variedades testadas, agora, possui indicações de materiais precoces e de ciclo médio/tardio – explicou o pesquisador Sergio Delmar dos Anjos e Silva.

Para o diretor executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Jr., a assinatura do convênio e a indicação de cultivares de cana representam um marco simbólico para a qualificação da produção de etanol no Estado. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de biodiesel do país, com 860 milhões de litros em 2011, o que corresponde a 32% do total nacional. A fabricação a partir da cana, no entanto, ainda é tímida.

As nova variedades são voltadas à produção de álcool e durante os testes mostraram que possuem média e alta produtividade agrícola, condições regulares em situações de estresse por frio, boa sanidade vegetal, colheita em início e meio de safra com elevada riqueza e crescimento rápido.

– Nessas nove variedades que temos, duas se adaptam plenamente, ou seja, variedades adaptadas, produtivas e com detalhe ao pequeno produtor, que vai gostar muito. Elas perdem as folhas, o que valoriza muito o seu trabalho, já que isso é feito manualmente – pontua o professor da Universidade Federal do Paraná, Edeclclaiton Daros.

O pesquisador Sergio dos Anjos mostrou ainda um comparativo de crescimento de produção entre as cultivares já conhecidas – uma média de 34 toneladas por hectare – e as testadas, que demonstraram uma produção média de 96 ton/ha nos três anos de experimentação.

Durante os testes foram realizadas 22 colheitas, com três cortes, entre as safras de 2010 a 2012. Os municípios gaúchos que participaram do processo de pesquisa foram Santa Rosa, Erechim, São Luiz Gonzaga, Jaguari, São Borja, Porto Xavier, Salto do Jacuí, Santa Maria, Pelotas, Viamão e Caxias do Sul.

Segundo o pesquisador, o Estado tem uma produção de 37 mil ha para cana-de-açúcar. Com a confirmação realizada através do lançamento dessas indicações de cultivares para o Rio Grande do Sul o número deve aumentar.

– É possível que tenhamos dentro de cinco a 10 anos, cerca de 300 mil hectares dedicados à cultura – destaca.

Desta forma, os gaúchos passam a ser foco de atenção para inserir-se no mercado do etanol, visto que as condições climáticas foram enfatizadas como não sendo entraves para o cultivo.

– Se pensávamos que as geadas seriam um condicionante de impedimento para implementação da cultura, investigamos cultivares tolerantes ao frio e ao déficit hídrico e concluímos, entre outras condições, que o clima do Rio Grande do Sul é, sim, favorável – comentou o pesquisador.

Ele explicou que todos os meses acontecem chuvas, facilitando as questões de déficit hídrico. E outro elemento importante é a apresentação de períodos longos de horas luz.

– A luz é o fator principal ao favorecer a conversão de biomassa das plantas e permitir que as variedades tenham uma boa tolerância às condições climáticas – disse.

O produtor de cana Denei Martini possui cinco hectares em Formigueiro, no centro do Rio Grande do Sul, onde produz melado, cachaça e açúcar mascavo. Agora, ele está interessado em biocombustível, e as novidades do setor podem ser uma alternativa:

– Um dia vamos querer um trator, um carro, tocado com o combustível que produzimos  na propriedade.

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