O sensor pode ser adaptado para detecção de outros tipos de pesticidas, afirmam os pesquisadores. O princípio básico do dispositivo também deu origem a um possível novo teste rápido para detecção de infecção pelo vírus da dengue.
– Escolhemos o metamidofós para ser detectado pelo sensor porque, apesar de já ter sido banido em diversos países, há indícios do uso desse pesticida no Brasil, sobretudo no Estado do Mato Grosso – disse Nirton Cristi Silva Vieira, pós-doutorando no IFSC e um dos orientadores do projeto do biossensor de pesticida e do teste rápido de dengue.
De acordo com o pesquisador, o metamidofós é utilizado principalmente em lavouras de soja para matar lagartas e percevejos que atacam a oleaginosa. O pesticida penetra facilmente o solo e os lençóis freáticos. Ao contaminar a água e os alimentos, atua no sistema nervoso central dos seres vivos, inibindo a ação da enzima que promove as sinapses dos neurônios. Além de ser prejudicial para as funções neurológicas, o metamidofós também pode causar danos nos sistemas imunológico, reprodutor e endócrino e levar à morte.