A informação foi dada pela pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos Marília Nutti que coordena estudo para elevar o teor vitamínico de alimentos, como a mandioca, com ferro, zinco e betacaroneto, que é um precursor da vitamina A.
Nutti explicou que os consultores estrangeiros estão visitando a Colômbia e o Brasil, onde são realizadas pesquisas com mandioca, “para levar essas informações à África, que tem grande consumo de mandioca e populações muito carentes”. A fundação pretende criar um fundo no continente africano para elevar a produtividade da mandioca e seu valor nutricional, de modo a melhorar a saúde da população.
? Eles têm interesse no projeto e em melhorar a saúde das pessoas ? diz Marília.
O aumento do teor de zinco e ferro na mandioca contribui para combater a anemia, que é considerada a maior deficiência nutricional no mundo. Além disso, a vitamina A melhora a visão e o sistema imunológico das pessoas.
A pesquisadora destacou, porém, que os representantes da Fundação Bill e Melinda Gates querem conhecer também outras instituições que realizam experiências abrangendo aspectos diversos da mandioca, relacionados ao teor de amido e à mecanização, por exemplo.
As visitas começarão no dia 1º de setembro pela empresa Halotek-Fadel, em Palmital (SP). A Halotek-Fadel é especializada no cultivo mecanizado e no processamento de amido da mandioca. No dia 2, a delegação se reunirá, em Brasília, com a diretoria da Embrapa e pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Nos dias 3 e 4, no município de Cruz das Almas (BA), os consultores estrangeiros conhecerão estratégias de pesquisa que vêm sendo desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura.
De acordo com informações da Embrapa Agroindústria de Alimentos, baseadas em dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a mandioca é o quarto cultivo mais importante nos países em desenvolvimento, apresentando produção de cerca de 226 milhões de toneladas em 2006.
O alimento é considerado básico para 1 bilhão de pessoas em 105 países. Seu rendimento médio, entretanto, seria de apenas 20% do ideal, devido às condições de plantio. Segundo a assessoria de imprensa da Embrapa, as pesquisas e tecnologias que vêm sendo feitas podem contribuir para aumentar o nível de produtividade e o valor nutricional dessa raiz, reduzindo, por outro lado, as perdas na lavoura.