A propagação da peste suína africana em províncias da China e no sudeste da Ásia no último trimestre tem gerado novas preocupações sobre a real capacidade de frigoríficos conseguirem atender a demanda mundial por carne suína. Em relatório divulgado nesta quinta-feira, dia 9, pelo Rabobank, a consultoria do banco ressaltou que restrições no crescimento da produção do produto em algumas regiões, juntamente com dificuldade de infraestrutura e logística podem deixar o mercado mundial com oferta limitada e gerar maior competição entre potenciais parceiros comerciais. A doença na China deve matar entre 125 milhões e 175 milhões de animais em 2019.
O banco vê o Brasil como uma espécie de “luz no fim de um longo túnel”. Isso porque essa esperada recuperação no mercado de suínos global, puxada pela demanda chinesa, deve beneficiar o Brasil. “Bem posicionado para exportar para a Ásia, bem como mercados restabelecidos na Rússia, os produtores brasileiros de carne suína devem ver alguns dos melhores retornos em anos”, diz o documento.
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A expectativa é que os embarques brasileiros voltem a crescer, depois que as exportações ficaram praticamente estáveis no no primeiro trimestre de 2019 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
“Esperamos que os embarques voltem a ficar mais rápidos em breve, dado o amplo suprimento de carne suína do Brasil e as crescentes necessidades de carne suína da China”, projeta o relatório.
Com relação à oferta, o Rabobank estima que a produção de suínos no Brasil deverá aumentar entre 4% e 5% em 2019. A melhora dos preços nos mercados globais, juntamente com a maior demanda doméstica, estão incentivando o aumento na produção. “No entanto, se as quebras globais aumentarem, a produção poderia ser incentivada a crescer”.
Outro ponto favorável citado no relatório é que os preços da carne suína subiram e os custos de produção diminuíram. Segundo o banco, após um início relativamente fraco neste ano, os preços da carne suína já estão 25% acima dos níveis do ano anterior, alcançando R$ 6,20 por quilo. Ao mesmo tempo, os custos com ração caíram 7% no ano, após uma grande colheita de milho segunda safra.
“As perspectivas de um mercado global mais forte, melhores preços (da carne suína) e menores custos de produção devem proporcionar um bom ano para os produtores de suínos brasileiros”, disse o relatório.
Veja o relatório, em inglês, na íntegra: