? Nós estamos acompanhando de perto o que está acontecendo, a situação mudou um pouco de ontem [21] para hoje [22] e, muito provavelmente, nós estamos pensando em retirar o nosso pessoal do país ? relatou.
Gabrielli disse que há um plano para retirada do pessoal da Petrobras, mas que não podia revelá-lo à imprensa. Segundo ele, há, no momento, apenas sete funcionários da estatal na Líbia. A Petrobras está presente no país desde 2005, quando venceu a primeira rodada de licitações da empresa estatal National Oil Corporation (NOC).
A empresa brasileira obteve os direitos exploratórios de óleo e gás e de partilha de produção de uma área de mais de 10 mil quilômetros quadrados. A área fica no Noroeste da Costa Líbia, no Mar Mediterrâneo.
? Somos a operadora do consórcio que atua na exploração do bloco, detendo uma participação de 70% ? conta.
O presidente da Petrobras comentou, ainda, sobre a possibilidade dos conflitos que vêm ocorrendo nos países africanos e também no Oriente Médio causarem volatilidade no preço internacional do petróleo devido à instabilidade política na região. Ele citou ainda os protestos que ocorreram na Tunísia, também no Norte da África, e no Iêmen, esse localizado no Extremo Sul da Península Arábica.
? O mundo viverá, nos próximos meses, um período de intensa volatilidade nos preços do petróleo ? ressalta Gabrielli.
Segundo ele, o avanço instabilidade política na região tem efeito complementar à situação da incerteza sobre a recuperação da economia nos países mais avançados ? basicamente os Estados Unidos, países da Europa e o Japão ? que convivem, atualmente, com taxas de crescimento em suas economias muito baixas.
Ele, no entanto, não crê que vá haver impacto significativo e duradouro na produção de petróleo em consequência da crise nesses países.
? A Líbia, por exemplo, é um produtor da Opep [Organização dos Países Produtores de Petróleo], mas um produtor marginal e, portanto, não acreditamos que a possibilidade de que venha a ocorrer uma crise muito grave no país vá alterar significativamente a produção de petróleo do ponto de vista estrutural. Já o Egito é um produtor muito pequeno e o próprio Suez [canal] é uma área de transporte logístico que afeta muito mais o GNL [gás natural liquefeito] do que o petróleo ? conclui.