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Petrobras admite retirar funcionários da Líbia

Agravamento da crise política na Líbia faz com que presidente da empresa decida por trazer pessoal de volta ao paísO presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse nesta terça, dia 22, em Mato Grosso do Sul que admite retirar seus funcionários da Líbia, com o agravamento da crise política no país localizado no Norte da África.

? Nós estamos acompanhando de perto o que está acontecendo, a situação mudou um pouco de ontem [21] para hoje [22] e, muito provavelmente, nós estamos pensando em retirar o nosso pessoal do país ? relatou.

Gabrielli disse que há um plano para retirada do pessoal da Petrobras, mas que não podia revelá-lo à imprensa. Segundo ele, há, no momento, apenas sete funcionários da estatal na Líbia. A Petrobras está presente no país desde 2005, quando venceu a primeira rodada de licitações da empresa estatal National Oil Corporation (NOC).

A empresa brasileira obteve os direitos exploratórios de óleo e gás e de partilha de produção de uma área de mais de 10 mil quilômetros quadrados. A área fica no Noroeste da Costa Líbia, no Mar Mediterrâneo.

? Somos a operadora do consórcio que atua na exploração do bloco, detendo uma participação de 70% ? conta.

O presidente da Petrobras comentou, ainda, sobre a possibilidade dos conflitos que vêm ocorrendo nos países africanos e também no Oriente Médio causarem volatilidade no preço internacional do petróleo devido à instabilidade política na região. Ele citou ainda os protestos que ocorreram na Tunísia, também no Norte da África, e no Iêmen, esse localizado no Extremo Sul da Península Arábica.

? O mundo viverá, nos próximos meses, um período de intensa volatilidade nos preços do petróleo ? ressalta Gabrielli.

Segundo ele, o avanço instabilidade política na região tem efeito complementar à situação da incerteza sobre a recuperação da economia nos países mais avançados ? basicamente os Estados Unidos, países da Europa e o Japão ? que convivem, atualmente, com taxas de crescimento em suas economias muito baixas.

Ele, no entanto, não crê que vá haver impacto significativo e duradouro na produção de petróleo em consequência da crise nesses países.

? A Líbia, por exemplo, é um produtor da Opep [Organização dos Países Produtores de Petróleo], mas um produtor marginal e, portanto, não acreditamos que a possibilidade de que venha a ocorrer uma crise muito grave no país vá alterar significativamente a produção de petróleo do ponto de vista estrutural. Já o Egito é um produtor muito pequeno e o próprio Suez [canal] é uma área de transporte logístico que afeta muito mais o GNL [gás natural liquefeito] do que o petróleo ? conclui.

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