Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Petrobras rompe contrato de construção de fábrica em Mato Grosso do Sul

Unidade deve produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia por anoA Petrobras informou nesta sexta-feira, dia 19, que rescindiu o contrato com o consórcio formado para a construção em montagem da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III), em Três Lagoas (MS).

Segundo a estatal, o consócio formado com a empresa chinesa Sinopec e com a brasileira Galvão Engenharia não está pagando fornecedores e trabalhadores.

Na nota, a Petrobras acrescentou que está cumprindo todos os pagamentos previstos no contrato e que está tomando “todas as medidas ao seu alcance” para que o consórcio honre as obrigações legais.

Uma delegação da Sinopec chegou ao Brasil na quinta-feira, dia 18, para tentar negociar com a Petrobras uma reversão da decisão da estatal de rescindir contrato de R$ 3,1 bilhões. 

A informação é de uma fonte que acompanha de perto as negociações entre a Petrobras e o consórcio, que preferiu não ser identificada, já que não tem autorização para falar sobre o assunto com a imprensa.

Ao comunicar ao mercado nesta sexta-feira que o contrato foi rescindido, a Petrobras limitou-se a acusar o consórcio de descumprimento do acordado, mas não detalha os motivos.

A fonte próxima ao assunto declarou que a obra foi paralisada pelo consórcio há cerca de um mês, depois que esgotaram-se as tentativas de renegociar com a Petrobras aditivos para a obra.

Operação Lava Jato

A Galvão Engenharia é uma das empresas com funcionários e dirigentes que são réus no caso da Lava Jato, operação da Polícia Federal que apura um suposto esquema de cartel por companhias que firmavam contratos com a Petrobras.

Segundo denúncias, havia o pagamento de propinas a pessoas ligadas à petroleira, com repasse de percentuais para políticos.

A fonte afirmou que o contrato, assinado em 2011, passou por modificações solicitadas pela petroleira na linha de montagem industrial. Dessa forma, seria necessário o pagamento de aditivos por custos adicionais do consórcio.

Entretanto, segundo a fonte, após a deflagração da Operação Lava Jato, interlocutores da Petrobras responsáveis pela renegociação dos contratos desapareceram. Para a fonte, os funcionários têm medo de assinar qualquer papel e acabar envolvido nas denúncias de corrupção.

Com isso, o consórcio resolveu reduzir a velocidade das obras aos poucos, com a consequente demissão escalonada da força de trabalho, coordenada com o sindicato local, até que há cerca de um mês as obras foram interrompidas.

Em janeiro, quando a obra na cidade de Três Lagoas, divisa com São Paulo, estava a pleno vapor, reunia cerca de 6 mil funcionários. Atualmente, há apenas poucos responsáveis pela manutenção e preservação da planta, de acordo com a fonte.

Procurada, a Petrobras não comentou a questão dos aditivos imediatamente.

Renegociação interrompida

Segundo a fonte, a Petrobras informou ao consórcio recentemente que o contrato seria rescindido unilateralmente, e que as empresas tinham até dez dias para apresentar suas justificativas para a interrupção das obras, o que aconteceu na quinta-feira.

O consórcio quer esgotar as negociações administrativas cabíveis antes de tomar uma decisão de entrar na Justiça, segundo a fonte.

Procurada, a Galvão Engenharia informou que não iria se pronunciar. Não foi possível contatar imediatamente algum representante da chinesa Sinopec.

De acordo com a Petrobras, a UFN III – que produzirá anualmente 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia para atender aos mercados do Centro Oeste, de São Paulo e do Paraná – está com 82% das obras concluídas.

Sair da versão mobile