Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

LEGISLAÇÃO

PGR pede que lei do marco temporal seja suspensa no STF e FPA reage: 'Interferência'

Pelo parecer da Procuradoria-Geral, devem ser considerados inconstitucionais 17 artigos da nova lei, incluindo o marco temporal

Congresso, Orçamento, Senado, FPA, arcabouço fiscal, marco temporal
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) manifestou “muita preocupação” com a atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação ao marco temporal.

Segundo a entidade, a PGR estaria pressionando o Supremo Tribunal Federal (STF) a reverter uma lei aprovada pelo Congresso, o que representaria uma “interferência indevida” no processo legislativo.

Em nota oficial, a FPA ressalta que o marco temporal “foi estabelecido na promulgação da Constituição Federal de 1988 e é fato balizador do direito de propriedade no Brasil”.

A entidade defende que a lei “garante segurança jurídica para o campo e contribui para a paz no meio rural”.

Na nota, a FPA critica a postura da PGR, que, segundo a entidade, “opta pela posição de tensionamento entre os Poderes”. A entidade defende o “equilíbrio e a sinergia entre os Poderes da República” e afirma que o “Poder Legislativo é responsável pela legislação brasileira”.

PGR defende derrubada de marco temporal https://tts-app.ebc.com.br/media/tts/220007.mp3

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou um parecer ao STF na quinta-feira (11), defendendo a derrubada do marco temporal das terras indígenas, reinstaurado pelo Congresso Nacional no ano passado, após ser declarado inconstitucional pelo próprio Supremo.

Segundo o marco temporal, os povos indígenas só teriam direito à demarcação de terras que estavam sob sua ocupação na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. No entanto, o Supremo declarou essa interpretação inconstitucional em setembro de 2023.

Apesar disso, o Congresso aprovou a lei 14.701/2023, que restabeleceu o marco temporal. Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar o dispositivo, o veto foi derrubado pelos parlamentares.

Após a entrada em vigor da nova lei, o povo indígena Xokleng solicitou a suspensão dos trechos que reintroduziram o marco temporal, entre outras questões. Os Xokleng estão envolvidos em um processo sobre a demarcação da terra indígena (TI) Ibirama La-Klãnõ, em Santa Catarina.

Os Xokleng argumentam que o artigo que reinstaurou o marco temporal impede a expansão da TI, que já foi aprovada por meio de uma portaria do Ministério da Justiça, pois a etnia não ocupava a área em 1988.

Gonet concordou com esses argumentos, destacando que vários dispositivos da lei podem dificultar o processo de demarcação, prejudicando a segurança jurídica e o ato jurídico perfeito.

De acordo com o parecer do PGR, 17 artigos da nova lei devem ser considerados inconstitucionais, incluindo o marco temporal e regras que permitem a revisão de terras já demarcadas.

Além disso, o parecer sugere a suspensão de dispositivos que dificultam o trabalho dos técnicos na produção de laudos antropológicos e adicionam obstáculos às demarcações, como a permissão para posseiros permanecerem nas terras indígenas até o recebimento de indenizações por benfeitorias feitas “de boa-fé”.

Gonet também recomenda a derrubada do artigo que proíbe a ampliação das TIs já demarcadas e aquele que permite a instalação de bases militares e redes de comunicação em terras indígenas.

Sair da versão mobile