PIB agropecuário deve crescer de 4% a 4,5% em 2013, projeta CNA

Visão positiva do setor produtivo tem base nas medidas lançadas pelo governo no ano passado para incentivar a economiaDepois do tombo do setor agrícola no ano passado, a presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD), projetou, na quarta, dia 6, que o setor terá crescimento de 4% a 4,5% em 2013. Ela apresentou essa perspectiva ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, em reunião que contou também com presidentes de outras cinco confederações patronais.

Essa visão mais positiva do setor produtivo tem base nas medidas lançadas pelo governo no ano passado para incentivar a economia, segundo a senadora. Kátia disse também que o setor patronal chegou à conclusão de que o Brasil precisaria de R$ 500 bilhões “num passe de mágica” para sanar os problemas de infraestrutura do país.

Mantega, de acordo com ela, enfatizou que o total de recursos apresentados no roadshow que o governo tem feito no Brasil e no exterior chega a esse volume, um montante de US$ 250 bilhões que serão investidos em logística num período de cinco a 10 anos.

Sobre a inflação, a avaliação que o setor privado fez ao ministro é de que uma alta mais preocupante dos preços possa vir das commodities, por causa das operações no mercado internacional.

Para discutir detalhes sobre o setor agropecuário, Kátia terá uma nova audiência particular com Mantega e o secretário de Política Econômica, Márcio Holland. Nesse encontro, a senadora disse que pretende dar uma visão mais ampla do setor para o ministro e apontar problemas por parte do governo. Outra mudança que o setor quer aplicar no país é a do calendário do Plano Safra, que geralmente é lançado em maio e em junho de cada ano.

– Queremos inverter a lógica. O ideal seria a divulgação do Plano Safra em setembro para que os produtores pudessem prever seu plantio – considerou.

Além disso, o setor vai reivindicar que o Plano Safra passe de 12 para 18 meses e que seja feita uma projeção para a produção de longo prazo, num período de pelo menos quatro anos.

Na reunião, o setor privado relatou ao ministro, segundo a senadora, que as diferenças nas alíquotas de ICMS não são “suportáveis” e tornam a produção insustentável. Para ela, o governo tem uma oportunidade de efetivar uma unificação junto com a renegociação que a União está fazendo com os Estados.

Sobre mão de obra, a presidente da CNA disse que os empresários reclamaram com Mantega dos custos que envolvem a geração de empregos. Além disso, afirmou, os empregadores esperam ansiosamente a aprovação da regulamentação da terceirização da mão de obra. A proibição em algumas áreas inviabiliza a atividade de alguns segmentos, principalmente agrícolas, que têm alta sazonalidade.