Essa visão mais positiva do setor produtivo tem base nas medidas lançadas pelo governo no ano passado para incentivar a economia, segundo a senadora. Kátia disse também que o setor patronal chegou à conclusão de que o Brasil precisaria de R$ 500 bilhões “num passe de mágica” para sanar os problemas de infraestrutura do país.
Mantega, de acordo com ela, enfatizou que o total de recursos apresentados no roadshow que o governo tem feito no Brasil e no exterior chega a esse volume, um montante de US$ 250 bilhões que serão investidos em logística num período de cinco a 10 anos.
Sobre a inflação, a avaliação que o setor privado fez ao ministro é de que uma alta mais preocupante dos preços possa vir das commodities, por causa das operações no mercado internacional.
Para discutir detalhes sobre o setor agropecuário, Kátia terá uma nova audiência particular com Mantega e o secretário de Política Econômica, Márcio Holland. Nesse encontro, a senadora disse que pretende dar uma visão mais ampla do setor para o ministro e apontar problemas por parte do governo. Outra mudança que o setor quer aplicar no país é a do calendário do Plano Safra, que geralmente é lançado em maio e em junho de cada ano.
– Queremos inverter a lógica. O ideal seria a divulgação do Plano Safra em setembro para que os produtores pudessem prever seu plantio – considerou.
Além disso, o setor vai reivindicar que o Plano Safra passe de 12 para 18 meses e que seja feita uma projeção para a produção de longo prazo, num período de pelo menos quatro anos.
Na reunião, o setor privado relatou ao ministro, segundo a senadora, que as diferenças nas alíquotas de ICMS não são “suportáveis” e tornam a produção insustentável. Para ela, o governo tem uma oportunidade de efetivar uma unificação junto com a renegociação que a União está fazendo com os Estados.
Sobre mão de obra, a presidente da CNA disse que os empresários reclamaram com Mantega dos custos que envolvem a geração de empregos. Além disso, afirmou, os empregadores esperam ansiosamente a aprovação da regulamentação da terceirização da mão de obra. A proibição em algumas áreas inviabiliza a atividade de alguns segmentos, principalmente agrícolas, que têm alta sazonalidade.