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Pimentão não está contaminado e todos podem comê-lo, diz presidente da Associação Nacional de Defesa Vegetal

Setor produtivo critica divulgação da pesquisa sobre agrotóxicos da Anvisa e diz que não há motivo para deixar de consumir legumes, frutas e hortaliçasApesar da divulgação de pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o nível de agrotóxicos em alimentos, especialistas afirmam que não há motivo para a população deixar de consumir legumes, frutas e hortaliças.

Dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para) da Anvisa, mostram que o pimentão, o morango e o pepino lideram o ranking dos alimentos com o maior número de amostras contaminadas por agrotóxico durante o ano de 2010. Mais de 90% das amostras de pimentão analisadas apresentaram problemas.

O setor produtivo diz que não há motivos para preocupação e critica o modo de divulgação da pesquisa realizada pela Anvisa. Segundo produtores, existe sim a presença de agrotóxicos, porém o nível de contaminação é baixo e não afeta a saúde da população.

O presidente da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher, diz que o setor não está criticando o estudo em si, mas a forma como ele foi divulgado.

– Nós estamos criticando a forma como tem sido divulgado pelo terceiro ou quarto ano consecutivo. Há 20 dias, o Ministério da Agricultura já havia apresentado um índice de monitoramento de resíduos em plantas, que não foi divulgado com grande estardalhaço, trazendo números, que embora corretos do ponto de vista de irregularidades, não compõem de fato, limites máximos de resíduos.

Segundo Daher, há uns anos, quando também foi divulgado um alto índice de agrotóxicos no pimentão, o ministro da Agricultura falou que não comeria mais o vegetal. Para ele, isso é um desserviço ao hortifrutigranjeiro dos cinturões verdes das grandes cidades, pois esse não é o número de resíduos, mas é o número de irregularidades.

– Qual é a maior irregularidade? É não ter os produtos registrados para aquela cultura. O Brasil é um dos países mais rigorosos no registro de agrotóxicos.

Para Daher, falta boa vontade da sociedade para regularizar a produção de pimentão, mas nem por isso as pessoas devem deixar de consumir o vegetal.

– Falta ter boa vontade, junto com a indústria, com a sociedade civil, com as donas de casa, de sentarmos e regularizarmos os produtos. O telespectador talvez não saiba, mas 70% do pimentão produzido no Brasil é mantido por produtores de tomate. Como o produtor não tem um produto registrado para o pimentão, ele usa o do tomate. O pimentão não está contaminado, todos podem comê-lo. Monitoramento sim, pânico na população com um número que é irreal do ponto de vista científico não. É isso que somos contrários.

Confira a entrevista completa de
Eduardo Daher para o Bom Dia Campo:

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