Os resultados das pesquisas de melhoramento genético de pimentas do gênero Capsicum foram apresentados durante o evento “Pimentas brasileiras”, que aconteceu no último dia 18, na Embrapa Hortaliças (Brasília, DF). O condimento picante mais consumido no mundo também mereceu destaque por estampar uma emissão postal dos Correios.
A proposta da emissão postal foi eleita pela Comissão Filatélica e homologada pelo Ministério das Comunicações para compor a programação de 2015 no tema “Flora”. A quadra de selos retrata diferentes pimentas tipicamente brasileiras, tais como: dedo-de-moça, bode, malagueta e biquinho.
“Há mais de três décadas, a Unidade trabalha no desenvolvimento de pimentas mais produtivas e resistentes para atender os diversos segmentos do setor, desde produtores até empresas processadoras. Ficamos muito agradecidos com a homenagem dos Correios porque é uma maneira de apresentar nossas pimentas para o público urbano e a sociedade em geral”, discursou o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia Warley Nascimento na cerimônia de obliteração.
A obliteração é um ritual realizado nos lançamentos de selos personalizados, no qual a autoridade sela e carimba um cartão, que depois será conservado no Museu dos Correios.
Para a assessora da presidência dos Correios, Maria de Lourdes Fonseca, com os novos selos, a filatelia brasileira vai mostrar para o mundo os tipos de pimenta que estudamos e cultivamos no nosso país. “Essa quadra de selo é um esforço de duas instituições nacionais para divulgação do nosso patrimônio genético”, afirma Maria.
Estampa de cultivares
Os selos representam um registro iconográfico de valor inestimável. Por isso, estima-se que existam mais de 40 milhões de colecionadores ao redor do mundo. As emissões transportam uma mensagem e, no caso dos selos das pimentas, além de celebrar a biodiversidade brasileira com uma espécie vegetal nativa do continente americano, eles divulgam cultivares lançadas pela Embrapa Hortaliças.
Na série de selos, três cultivares ganharam um papel de destaque nas estampas: BRS Mari, BRS Seriema e BRS Moema. No segmento dedo-de-moça, a pimenta BRS Mari ocupa uma fatia importante do mercado. Além de rústica e produtiva, ela apresenta alto grau de pungência e, por isso, quando em flocos desidratados, resulta em uma pimenta calabresa de alta qualidade.
O ardor acentuado também é característica da cultivar BRS Seriema, pimenta do tipo bode com frutos pequenos e picantes, recomendados para o processamento de conservas. Mas, se alguns consumidores preferem frutos ardidos, há aqueles que valorizam o aroma e o sabor. A pimenta BRS Moema, do tipo biquinho, é uma boa opção nesse caso, tanto para o consumo fresco quanto para a produção de conservas e geleias.
De acordo com a pesquisadora Cláudia Ribeiro, que apresentou uma palestra durante o evento, a cadeia produtiva de pimenta pode esperar novas tecnologias para os próximos anos como frutos com melhor qualidade nutricional, com colorações variadas e com adaptação ao sistema orgânico. “Temos uma coleção com grande diversidade genética que nos possibilita desenvolver cultivares para atender diversos nichos de mercado”, diz Cláudia.
Anualmente, o Brasil produz 280 mil toneladas de pimenta distribuídas em 13 mil hectares – a espécie está entre as dez hortaliças mais cultivadas no país.