Segundo as entidades de produtores agrícolas, pelo menos 600 mil cabeças de gado já morreram e de 15% a 20% dos cultivos de grãos foram perdidos, uma quantidade que pode subir para 30%.
Para não enfrentar novos protestos, a presidente Cristina Fernández de Kirchner decretou nesta semana estado de emergência e anunciou um pacote de medidas para aliviar o impacto da crise no campo, com a concessão de créditos para maquinaria agrícola e limitação dos preços dos adubos. Entretanto, ela não se dispôs a baixar os impostos, como reivindicam os produtores.
No campo, “as vacas consomem entre 60 e 70 litros de água por dia, que não temos de onde tirar”, conta Miguel Angel Ricotta, da Federação Agrária de San Miguel do Monte ? 100 quilômetros ao sul de Buenos Aires.
O agricultor lembra que a média de precipitações anuais na região caiu quase pela metade, de 1.200 para 630 milímetros cúbicos.
? Chegamos a fazer até 18 saídas em um dia ? ressalta o bombeiro Juan Carlos Insúa, que enfrenta “o verão mais trabalhoso” de seus 20 anos de serviço.
? Os campos secos pegam fogo com muita facilidade e basta um cigarro mal apagado para começar um incêndio.
Na segunda, dia 26, Cristina Kirchner anunciou que os agricultores serão beneficiados com a isenção do pagamento de diversos impostos durante um ano. No entanto, as associações ruralistas não ficaram satisfeitas com os benefícios tributários anunciados. Segundo Eduardo Buzzi, líder da Federação Agrária, os anúncios de Cristina Kirchner “estão muito longe de resolver a situação dos produtores agrícolas”. No ano passado, os ruralistas fizeram quatro protestos entre março e julho em protesto contra a presidente Cristina.