Plano Brasil Agroecológico deve respeitar a diversidade brasileira

Política vai concentrar 125 ações de dez ministérios para atingir as metas estipuladasO plano Brasil Agroecológico, lançado pelo governo federal, visa potencializar a produção de orgânicos e a prática agroecológica nos seis biomas nacionais - Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. As ações da política respeitam as características socioeconômicas, climáticas e ambientais de cada região do país, informou o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). 

O plano vai concentrar 125 ações de dez ministérios para atingir as metas estipuladas. Segundo o secretário de Agricultura Familiar do MDA, Valter Bianchini, o Brasil Agroecológico quer o desenvolvimento de uma agricultura mais natural frente aos biomas onde os produtores estão inseridos.

– Você não consegue, por exemplo, trabalhar o desenvolvimento de um modelo de agricultura do semiárido para a região Norte, pois são ambientes totalmente distintos, com clima diferenciado – exemplifica o secretário.

Apesar de não ter um recorte oficial por biomas, o Brasil Agroecológico pretende valorizar as culturas regionais.

– O conceito de Agroecologia é fazer o desenvolvimento de uma agricultura a partir das condições locais e ambientais. A agroecologia, quando você discute, é a agricultura baseada nas condições ecológicas da região. Essa proximidade do ambiente local é que define o processo de agricultura sustentável – explica Bianchini.

Ele garante que o plano é de todos e que as políticas já estão em curso.

– Cada bioma, cada diversidade de agricultores vai ter seu espaço no plano. Com a chamada de Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural), por exemplo, queremos discutir em cada um dos biomas como faremos produção e comercialização respeitando o uso e a conservação dos recursos naturais típicos de cada região – assegura.

Eixos estratégicos

O plano vai seguir quatro eixos estratégicos: produção, conservação de recursos naturais, conhecimento e comercialização. Com isso, os agricultores familiares terão facilidade no acesso a políticas públicas, como os R$ 2,5 bilhões disponibilizados nacionalmente por meio de crédito rural.

– O mais importante do crédito é que ele vai permitir processos de transição para agricultura de base ecológica. Ele não é só para quem está consolidado no sistema orgânico – ressalta o secretário.

O investimento inicial será de R$ 8,8 bilhões, divididos em três anos. Desse total, R$ 7 bilhões serão disponibilizados via crédito agrícola por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Plano Agrícola e Pecuário. O restante será destinado para ações específicas, como qualificação e promoção de assistência técnica e extensão rural, desenvolvimento e disponibilização de inovações tecnológicas e ampliação do acesso a mercados institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).