Foi após anos de discussões e reivindicações que o governo criou um plano de combate à violência contra as mulheres do campo e da floresta. O objetivo é aumentar o acesso à informação e ao atendimento.
? É importante que na hora em que você pense uma política pública, você pense que você tem a área urbana, a área rural, você tem a floresta, você tem espaços diferenciados no país e isso tem que ser trabalhado ? diz Aparecida Gonçalves, da Secretaria de Política para Mulheres.
Para as trabalhadoras rurais, essa é uma etapa signficativa que dá mais visibilidade.
? As mulheres do campo estão vulneráveis a essa violência por ausência histórica de políticas públicas que fortaleçam a autonomia econômica dessas mulheres, de serviços concretos nos hospitais, falta de delegacias, falta de instrumentos concretos que atenda a realidades que vivem essas mulheres ? explica Carmem Foro, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
O documento que prevê campanhas educativas e de orientações também será encaminhado aos Estados e vale já a partir desta quarta, dia 11.
Realidade
Quase 15 milhões de mulheres vivem e trabalham no campo. Porém, poucas conhecem a lei que penaliza os agressores.
? A violência no campo existe. A Maria da Penha já veio para encorajar as mulheres, mas ainda falta acesso, e onde buscar esse socorro no campo ? diz a secretária do grupo de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Goiás, Ana Maria Caetano.
A Central de Atendimento à Mulher, por exemplo, recebeu no primeiro semestre 343 mil ligações. Somente 4% vieram de áreas rurais.