— Nós sempre precisamos de mais, pois Mato Grosso tem o maior rebanho e a maior produção de grãos do país. Sabemos que o crédito oficial é insuficiente para estar financiando as nossas lavouras, porém este valor é significativo. Mas mais importante que isso é diminuição das taxas de juros. Queremos que atividades financiadas pelo governo sejam feitas com taxas compatíveis. E prazo também — afirma Prado.
Apesar dos pontos satisfatórios, o plano não atende completamente as necessidades da classe produtora de Mato Grosso, que chegou a formalizar um pedido ao Ministério da Agricultura destacando algumas medidas fundamentais para contemplar os agricultores e pecuaristas do Estado.
O documento, enviado ao governo há três meses, apontava seis propostas que beneficiariam o setor, entre elas o aumento do limite do custeio agrícola, que passaria para R$ 1,3 milhão por produtor, a readequação da renda bruta anual do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp), para R$ 2 milhões, e a valorização dos preços mínimos da soja e do milho.
Na última safra o crédito oficial representou cerca de 10% dos recursos usados pelos agricultores de Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), volume bem menor que o disponibilizado pelos bancos privados, multinacionais e revendas, que juntos foram responsáveis por aproximadamente 55% do capital usado. Para as lideranças do setor, esta realidade precisa ser mudada e um dos caminhos é reduzir a burocracia que impede o acesso ao dinheiro do Plano Safra.
— Muitas vezes o produtor não consegue acessar o que é ofertado. Precisamos de oferta e disponibilidade para contratação da safra em tempo hábil — comenta Prado.