O novo Plano Safra precisará de um aporte de, aproximadamente, R$ 400 bilhões para custeio e investimentos, conforme avaliação de parlamentares e entidades que participaram do debate na Câmara.
O valor é 17% superior ao da safra 2022/23, que termina oficialmente em 30 de junho. De acordo com o diretor-presidente do Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento do Agronegócio (IBDAgro), Ademiro Vian, o aporte é o suficiente para suprir as necessidades dos produtores rurais.
No entanto, ele acredita que a maior parte dos recursos será voltado à agricultura familiar. “Essa falta de orçamento para a agricultura empresarial está deixando um vácuo, deixando o pessoal ‘batendo cabeça’. Então, além do orçamento, há uma questão política”.
Isso porque, para Vian, ao contrário do que acontecia antes, quando o Ministério da Agricultura capitaneava os recursos do Plano Safra, hoje existem “três pastas disputando a mesma fonte de recursos e o orçamento não será suficiente para atendê-las”.
Plano Safra na agricultura empresarial
O diretor-presidente do IBDAgro lembra que, durante a campanha, o presidente Lula destacou em diversas ocasiões o papel da agricultura familiar. Desta forma, o dinheiro aportado neste setor é o atendimento a uma proposta já explicitada.
“Vai sobrar muito pouco para a agricultura empresarial, então ela vai ‘sangrar’ mesmo, não tenha dúvidas. Vão olhar com uma lupa a questão dos investimentos”.
Assim, para Vian, as questões políticas se sobrepõem aos aspectos orçamentários, o que deixa o Plano Safra mais difícil de ser estruturado.