O Plano Safra 2024/25 da agricultura familiar, voltado ao financiamento de pequenos agricultores, e o empresarial, destinado ao agronegócio de maior porte, serão lançados no mesmo dia, a próxima quarta-feira, 3 de julho, mas em cerimônias distintas.
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Em redes sociais, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) informa que o programa destinado a pequenos produtores será realizado no Palácio do Planalto às 10h. Já o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), também nas redes sociais da pasta e do ministro Carlos Fávaro, divulgou que o mesmo local sediará o lançamento do Plano Safra empresarial às 15h.
A realização dos eventos havia sido anunciada em duas datas nesta semana, e posteriormente adiadas. Ventilou-se inclusive que o evento para a agronegócio empresarial poderia ocorrer em Mato Grosso, e não em Brasília.
O atraso no anúncio dos recursos destinados à safra 2024/24 foi entendida como um desrespeito ao setor por entidades do agro. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), por exemplo, apontou desorganização e ineficiência do governo federal. Em nota, considerou que o atraso significa que os produtores rurais ficarão sem cobertura durante a primeira semana de vigência do novo plano, o que pode atrasar ainda mais a liberação de créditos essenciais para o setor.
O economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, afirma que o adiamento demonstra que o governo federal não se atenta ao calendário agrícola do país e nem com as preocupações dos produtores rurais.
“Afinal de contas, esse Plano Safra devia ter sido anunciado na primeira quinzena de maio, que é o período correto de anunciar. Isso porque depois que o governo anuncia, é preciso publicar as portarias, que levam de duas a três semanas. Após isso, até chegar ao funcionário do banco que vai ‘rodar’ o custeio do produtor, o investimento, a comercialização, são mais dez, 15 dias mais ou menos. Então o Plano Safra demora cerca de um mês apenas para começar a acontecer, para ganhar ‘velocidade de cruzeiro'”.
Da Luz ressalta que essa é a primeira vez que o Plano Safra será anunciado após o início do ano-safra. “Os produtores têm que comprar insumos, produtos para plantar a safra 24/25, ou seja, esse atraso demonstra que o presidente e os seus ministros não estão nem um pouco preocupados com o calendário agrícola, com as necessidades dos produtores, mas sim em fazer política”, considera.