Plano Safra deve chegar a R$ 102,5 bilhões, diz Wagner Rossi

Ministro participa da Bahia Farm ShowO Plano Safra, que vai ser anunciado na próxima segunda, dia 7, deve chegar a R$ 102,5 bilhões. A informação foi dada nesta quinta, 3, pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, durante visita à Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães. Ele também detalhou outras medidas que vão fazer parte do plano e anunciou mudanças nas regras do leilões de PEP e Pepro para o milho.

Wagner Rossi chegou ao complexo da Bahia Farm Show no final da manhã desta quinta. O ministro não chegou a dizer o valor a ser disponibilizado, apenas garantiu que vai ser cinco vezes maior que o Plano Safra 2002/2003, quando foram disponibilizados R$ 20,5 bilhões para financiar a agricultura.

Rossi também falou do programa que vai se chamar ABC: Agricultura de Baixo Carbono. Segundo ele, os produtores vão receber recursos adicionais como estímulo para adotarem boas práticas agronômicas.

? Vai ser o maior de todos os tempos e vai ser inovador, porque vai incluir um estímulo muito forte ao produtor para que, ao mesmo tempo em que aumente sua produção, exerça práticas agronômicas que preservem o meio ambiente ? disse Rossi.

Outra medida que vai fazer parte do Plano Safra é o apoio à armazenagem de grãos. A ideia é financiar a construção de silos dentro das propriedades. Para isso, devem ser disponibilizados R$ 2 bilhões, com prazo de 12 anos para pagar, sendo três de carência. O limite deve ser de R$ 1,3 milhão para cada propriedade. Se houver um consórcio de propriedades, o valor pode chegar a R$ 4 milhões.

? Hoje ele é obrigado a vender no pico da safra, logo que colhe e isto faz com que, nesta época os preços estão reprimidos e a renda do produtor caia. Se ele puder ter o seu próprio armazém e vender no momento em que os preços estão mais pautados na entressafra, isso é um ganho real para o produtor ? defendeu o ministro.

Os produtores da região aproveitaram a presença de Rossi para entregar uma carta pedindo mudanças nos programas de incentivo à comercialização de milho, como os leilões de Pep e Pepro. Segundo eles, o prêmio que deveria chegar ao bolso do agricultor não está chegando.

? O comprador do produto impõe condições, barganha de preço, já que tem milho sobrando, que tem uma oferta maior, ele acaba negociando esse prêmio e esse prêmio na verdade não está complementando o preço do produtor ? disse o secretário executivo da Câmara Setorial de Grãos da Bahia, Sérgio Pitt.

O ministro da Agricultura explicou que não há como modificar as regras do leilão que vai ocorrer na semana que vem, mas garantiu que para os próximos vai haver mudanças.
? Nós vamos introduzir uma cláusula no aviso do leilão de que a comprovação obrigatoriamente na conta do produtor, com o preço cheio que garanta ao produtor o preço mínimo de garantia, que é isso que o governo precisa fazer ? concluiu Wagner Rossi.