A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende a liberação de R$ 155 bilhões para a formação da próxima lavoura, que começa a ser plantada em meados de setembro. Stephanes afirmou que não seria possível atingir o valor solicitado pela entidade, mas admitiu o valor de até R$ 100 bilhões. O pedido foi apresentado pela presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), ao presidente Lula há duas semanas.
No início da safra atual, 2008/2009, o governo garantiu R$ 78 bilhões aos produtores rurais. Com o agravamento da crise internacional, a partir de setembro passado, foram alocados mais recursos para garantir o plantio das lavouras e, segundo Stephanes, há um comprometimento do governo de que não faltará dinheiro para apoiar a venda da produção que está sendo colhida.
Sobre a questão do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar, o ministro defendeu o plantio da cultura e lembrou que no balanço ambiental entre a semeadura e a queima final do álcool nos motores dos carros a cana tem um balanço zerado na emissão de dióxido de carbono.
Cresce exportação de soja em grão
Sem nominar as organizações não-governamentais que criticam a cana-de-açúcar no Brasil, o ministro garantiu que são financiadas por grandes petroleiras mundiais, excluindo, é claro, a Petrobras. Stephanes pregou o diálogo e o fim das discussões públicas com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e afirmou que, se não houver consenso para as questões polêmicas entre as duas pastas, uma decisão final caberá ao presidente Lula.
Ontem foi divulgado que a exportação de soja em grão cresceu 62,2% em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado. Os embarques somaram 689,5 mil toneladas, ante 425,1 mil toneladas em fevereiro de 2008, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Na comparação com janeiro, quando foram exportadas 614,5 mil toneladas, o volume é 12,2% maior. O levantamento mostra que a receita cambial com exportação de soja em grão no mês passado foi de US$ 264,4 milhões, 42% maior do que no mesmo mês de 2008 e 4,5% superior ao de janeiro. O ministério anunciou também que a balança comercial fechou fevereiro com um superávit de US$ 1,767 bilhão. O saldo é resultado de exportações de US$ 9,588 bilhões menos importações de US$ 7,821 bilhões registradas no mês.