O Plano Safra 2019/2020 não trouxe novidades se comparados aos últimos, afirma o comentarista Miguel Daoud. Segundo ele, no que diz respeito à custeio e comercialização houve apenas um pequeno aumento nas taxas de juro para grandes produtores.
O comentarista diz que o temor não está no crédito. “Minha maior preocupação está na renda de algumas culturas, que simplesmente não tem”, diz.
Daoud considera o aumento nos recursos para o seguro rural como algo positivo, mas alerta que caso o Produto Interno Bruto (PIB) do país caia muito, “o governo vai ter que contingenciar”.
O programa foi anunciado nesta terça-feira, dia 18, em Brasília. Além da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também estiveram presentes representantes do setor produtivo, ministros do governo e o presidente da República, Jair Bolsonaro. O setor contará com R$ 225,59 bilhões, sendo que R$ 10 bilhões vão para subvenção de juros.
Segundo o diretor da Wedekin Consultores e ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, o valor para equalização ainda representa menos de 2% do faturamento do setor. “A agricultura brasileira é a menos subsidiada do mundo”, afirma.
Uma das decepções do setor está no Moderfrota, principal linha de investimento. O volume de recursos na safra 2019/2020 será de R$ 9,6 bilhões, valor bem menor do que esperava a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Para Wedekin, a agricultura já vem se ajustando aos valores e recursos nas últimas quatro safras. “Enquanto o setor industrial, que é protegido, continua atrasado; não aumenta sua produtividade”, dispara.