Desde 2006 as duas entidades, em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente, Banco do Brasil e ONGs monitoram o desmatamento na Amazônia. Mesmo assim, na última safra, o plantio de soja em área desmatada cresceu 86%. Foram 11,698 mil hectares, o que corresponde, no entanto, a apenas 0,4 % do desmatamento ocorrido no bioma desde 2006.
De acordo com o presidente da Abiove, Carlos Lovatelli, o crescimento da produção de soja nos últimos anos é impressionante. Nessa safra foram produzidas 74 milhões de toneladas e a cada ano o crescimento é de 10 milhões de toneladas.
? Há um desafio claro à moratória. Ainda não há soja de desmatamento chegando na prateleira do supermercado porque a indústria não está comprando e porque o produtor em geral leva dois anos para plantar o grão. No entanto, se a moratória acabar, vai haver soja ilegal no supermercado ? afirmou o coordenador da campanha Amazônia Greenpeace Brasil, Paulo Adário.
A devastação ficou concentrada principalmente em municípios de Mato Grosso e Pará. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, com a discussão sobre o Código Florestal em andamento os produtores podem ter entendido que haveria uma espécie de anistia a quem desmatasse, até ser aprovada a legislação.
? O que nós estamos vendo junto com a Abiove e a Anec é que o resultado do monitoramento da soja, a moratória da soja, mostra que esse aumento pode estar associado a uma discussão sobre Código Florestal ? aponta a ministra.
O grupo de trabalho da soja também anunciou como prioridade para este ano o incentivo para que os produtores façam o cadastro ambiental rural, uma forma de melhorar a fiscalização.