? Todo o uso de planta pode fazer o bem e o mal. Se ele não tiver o conhecimento, que ele não use. Melhor procurar um especialista da área para que ele possa fazer o uso correto. Mas nada impede que ele tenha uma camomila, um boldo, uma hortelã. Quer dizer, ele pode cultivá-las, mas tem que saber preparar. Outra coisa: jamais utilizar plantas que estejam nas estradas, porque elas podem estar contaminadas pela poluição. As pessoas, às vezes, fazem o mau uso ? explica Paulo.
Além do uso para consumo próprio, os produtores rurais estão recebendo informações para aprender a explorar as plantas comercialmente. A Espinheira Santa, por exemplo, foi extraída aqui do Brasil e levada por japoneses. O país oriental investiu em pesquisas e hoje um remédio à base da planta nativa brasileira é comercializado no Japão.
? É necessário retomar os programas municipais de fitoterapia, coisa que os governos federal, estadual e municipal deveriam investir. O Brasil tem um potencial muito grande, nossa biodiversidade passa de US$ 3 trilhões ? afirma o pesquisador.
Contra a dengue
Um dos lugares que tem chamado a atenção aqui na ExpoLondrina é o estande do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Lá, se aprende a combater a dengue de uma maneira simples e natural. A doença tem preocupado a população. Apenas em Londrina, são 3.812 casos confirmados.
Um repelente produzido com plantas naturais, de baixo custo e fácil preparo. Esta é a fórmula que muita gente está querendo aprender. O pesquisador do Iapar Paulo Guilherme Ribeiro garante que já testou e comprava a eficácia, não só para repelir o mosquito adulto, mas para também matar a larva.
? Vou citar duas que já estão com maiores estudos. Uma é a erva de Santa Luzia, uma erva do Sul do Brasil. A outra, que é uma planta tropical do Caribe, chamada pimenta da Jamaica, que na verdade é uma árvore. Essa preparação é muito simples. Nós colocamos 100 gramas num recipiente com um litro de álcool dentro. Deixamos em descanso de três a sete dias, se for possível. Depois, filtramos esta folha e a solução está disponível para uso. Esta tintura, como eu disse, uma vez preparada, pode ser colocada em recipientes, em locais que acumulam água de modo a matar a larva. Nós temos teste que mostram que a eficácia é muito rápida ? garante Ribeiro.
? Para a Secretaria Municipal de Saúde, o estudo do Paulo é novo, por isso que a gente ainda está em pesquisa. Ainda vai ser lançada, vai ser mandada para Curitiba para verificação, para ver se é eficaz ou não. Pelo estudo, é eficaz. Mas para a Secretaria, a prevenção ainda é a melhor maneira de se combater a dengue ? explica Cleiton Nogueira Santos, agente de endemias da Secretaria.