Sindicato Rural da cidade paranaense estimava produção média de 60 sacas por hectare. Mas período seco durante outubro tende a causar diminuição dessa média
Roberta Silveira | Cascavel (PR)
No Paraná, metade da área de soja já foi cultivada. Em algumas regiões do Estado, o plantio está praticamente concluído, mas a falta de chuva no mês de outubro fez com que fosse necessário o replantio, isso pode comprometer a produtividade. Também já existe o registro do ataque de pragas, mas, mesmo assim, a Expedição Soja Brasil mostra que há produtores confiantes com o bom manejo que realizaram e acreditam, sim, em uma grande safra.
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Na região oeste do Paraná, a Equipe 2 da Expedição Soja Brasil parou no município de Cascavel. Os produtores da região esperam cultivar 100 mil hectares da oleaginosa, quase tudo já foi plantado. Entretanto, a falta de chuvas durante boa parte do mês de outubro preocupa o presidente do Sindicato Rural da cidade, Paulo Roberto Orso.
– A perspectiva de produtividade que nós tínhamos, no início de implantação destas lavouras, era de passar das 60 sacas por hectare. Hoje nós temos que ficar um pouco atento a isso, porque, com certeza, nós vamos ter que refazer essa avaliação. Certamente nós teremos um percentual de quebra na produtividade, com certeza – estima.
O sojicultor Gion Carlos Gobbi não quer nem pensar em quebra de produtividade. Ele tem uma das lavouras mais chamativas de Cascavel. Gobbi começou o plantio no dia 16 de setembro, logo após o término do vazio sanitário. De lá para cá, as lagartas, especialmente a spodoptera, já apareceram, mas ele conseguiu controlar aplicando inseticida.
– A planta morreu por causa do ataque da spodoptera. Ela acabou raspando o caule da planta, e ela acabou morrendo. Hoje tem um perca de 5 a 8% das plantas, em função do ataque desta lagarta – comenta.
O produtor cultivou aveia para cobertura do solo, logo após a colheita do milho segunda safra. Esse reforço na palhada ajuda a manter a umidade da terra, reduzindo as perdas em momentos de estiagem.
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– Nós vimos, ao longo da estrada, alguns agricultores com uma lavoura totalmente descoberta. Neste caso, a gente já tem notícias de que eles estão fazendo replantio. Isso causa um custo enorme, pois ele vai gastar mais sementes e mais com o tratamento delas, porque a evaporação no solo foi muito maior do que em uma situação com o solo coberto – explica o consultor técnico do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann.
É possível perceber a diferença que o manejo bem feito tem na lavoura. Podemos ver de um lado uma plantação sem ervas daninhas. De outro lado, uma lavoura com grande quantidade de buvas. Isso é ocasionado por um manejo que não foi feito de maneira adequada. A buva é uma planta daninha que rouba água e nutrientes que a soja precisa para se desenvolver. Ela pode trazer um grande problema na safra da oleaginosa.
– Em função do plantio da aveia, a gente fez o plantio e depois um controle químico. A gente mistura de dois a três produtos para fazer um controle e não ter esse problema. A gente faz um plantio de soja com zero de buva. Porque, depois de implantada a cultura da soja, fica muito difícil você fazer um controle, além de ser caro. Então nós resolvemos o problema antes do plantio – esclarece Gion Carlos Gobbi.
Gobbi está confiante. Ele tem o perfil de agricultor persistente, aquele que compete consigo mesmo para fazer uma safra melhor que a outra. O sojicultor acredita ter feito o que era possível e torce para que o clima ajude.
– Nós colhemos 72 sacas por hectare, em média, na última safra. Foi a nossa melhor média na história, porque foi um ano excepcional. O agricultor sempre quer bater o próprio recorde. A gente fez tudo, trabalhando com alta tecnologia. Se erramos alguma coisa no passado, a gente tenta corrigir. Este ano, vamos fazer de tudo para, no mínimo, igualar essa média. Agora, depende do clima, a nossa parte nós estamos fazendo, mas o que depende do clima não depende da gente – afirma.
Veja a reportagem completa:
Acompanhe o trajeto da Equipe 2 da Expedição Soja Brasil: