Uma pesquisa do Instituto Agronômico (IAC) revela que o plantio direto de amendoim na palha da cultura anterior pode reduzir custos de produção em até 20% e a erosão do solo em 90%. A técnica, considerada sustentável, traz benefícios ao meio ambiente e à economia dos produtores.
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Segundo o pesquisador Denizart Bolonhezi, a economia advém da diminuição do consumo de diesel nas operações de plantio.
Além disso, a palhada contribui para reduzir a infestação de pragas, doenças e plantas daninhas, diminuindo a necessidade de defensivos agrícolas.
“O sistema diminui a dispersão do vetor e pode reduzir a incidência da pinta preta, doença que causa a desfolha da planta e pode derrubar a produção em 50%”, afirma o cientista do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A semeadura na palha protege o solo da ação das chuvas, reduzindo a erosão e preservando a matéria orgânica. Isso contribui para a retenção de nutrientes e água, aumentando a fertilidade do solo.
“Sem a palhada, para cada 1 kg de amendoim produzido, estimam-se perdas de 5 kg de terra por erosão”, explica. Para Bolonhezi, a redução de custos e da erosão são dois ganhos de grande impacto.
A palhada também preserva a matéria orgânica do solo, que contribui para aumentar a quantidade de elementos químicos disponíveis para reter nutrientes e água.
A técnica também favorece a atividade de microrganismos no solo. “O amendoim é nativo da América do Sul e evoluiu com a biota presente no solo. Há uma tendência de uso de bioinsumos que são favorecidos pela palhada”, comenta.
Segundo Bolonhezi, boa parte da produção nacional de amendoim, que tem sua concentração no estado de São Paulo, segue para exportação e o plantio na palha favorece as certificações e adequações dos exportadores às normas ESG (do inglês, Environmental, Social and Governance, ou em português, Ambientais, Sociais e de Governança). Esse padrão beneficia também quanto aos créditos de descarbonização.
A redução do efeito da seca proporcionada pela palhada leva à diminuição da aflatoxina, substância que impede o consumo do amendoim e afeta as exportações do grão. Isso ocorre porque a seca na pré-colheita favorece a ação do fungo produtor da aflatoxina, chamado Aspergillus flavus. “A presença da palhada reduz o efeito da seca, mantém maior biodiversidade e, por consequência, diminui a ação desse fungo no solo”, esclarece. Além disso, reduz trincas nas cascas das vagens, que são portas de entrada do fungo.
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