Plantio da safrinha de milho alcança 73% da área prevista no país, aponta consultoria

Conforme a Céleres, em Mato Grosso, trabalho de semeadura foi concluído e cerca de 95% da área indica estágio de germinaçãoO plantio da segunda safra de milho 2011/2012, também chamada de safrinha, alcançou na semana passada 73,3% da área estimada no Brasil, conforme pesquisa da consultoria Céleres. O levantamento mostra que o clima se mostrou favorável em quase todas as regiões produtoras, proporcionando condições ideais para o plantio. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a área de milho safrinha em 6,7 milhões de hectares, 14,1% acima do ano passado (5,89 milhões de hectares).

No mercado disponível de milho, durante a última semana a média das cotações do cereal apresentou valorização de 0,2% em relação à semana anterior. Ainda de acordo com a Céleres, em Cascavel (PR), onde a safra de milho verão também é forte, a saca foi negociada a R$ 26,00 na sexta, dia 9, representando queda de 1,5% em relação à semana anterior. No período de 30 dias, observa-se leve ganho de 0,4%. Em Candido Mota (SP), a saca de milho foi negociada a R$ 26,00 na última sexta, estável em relação à semana anterior. No porto de Paranaguá (PR), o milho foi negociado a R$ 28,00 por saca, com valorização semanal de 2,6%.

Em Mato Grosso, os trabalhos de semeadura da safrinha foram concluídos e cerca de 95% da área já instalada indica estágio de germinação e desenvolvimento vegetativo. A colheita da safra de verão já foi concluída em 30,7% da área cultivada, com evolução semanal de 4,8 pontos porcentuais. Em relação à safra anterior, o atual estágio da colheita se mostra 5,9 pontos porcentuais à frente, mesmo com o clima chuvoso em algumas regiões, segundo a Céleres.

Este ano, o cenário favorável à cultura motivou os agricultores do Estado, que ampliaram as apostas no cereal. A área destinada ao grão superou as estimativas iniciais. O foco agora é no desenvolvimento das lavouras e na comercialização da safra. O produtor rural Rodrigo Dezordi se diz confiante. Ele afirma ter plantado 620 hectares do cereal em Chapada dos Guimarães. O número é superior ao dobro da última safra.

Dezordi aponta que conseguiu terminar o plantio em fevereiro, dentro da janela considerada ideal. Diferente do ano passado, quando os trabalhos só foram concluídos no fim de março. O resultado foi desastroso, com produtividade média que não ultrapassou 40 sacas por hectare. Foram 30 sacas a menos do que ele esperava colher. Desta vez, com o cronograma cumprido à risca, espera produzir 120 sacas por hectare.

A área destinada à cultura em Mato Grosso superou em 220 mil hectares estimados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea). No total, foram cultivados 2,424 milhões de hectares, que representam um aumento de 38,4% em relação ao ano passado. A previsão do Imea é de que a média de produtividade gire em torno de 74 sacas por hectare.

A safra pode ultrapassar 10,7 milhões de toneladas, com salto de 54% em comparação a 2011, quando pouco menos de sete milhões de toneladas foram colhidas. Em Mato Grosso, os agricultores já comercializaram antecipadamente 62% da safrinha de milho.

Argentina

Conforme dados da Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA), as chuvas ocorridas na semana passada prejudicam a safra, que anteriormente foi severamente castigada pela estiagem. Algumas áreas que antes estavam em estresse hídrico agora apresentam quadro de excesso de umidade, o que está causando problemas, como tombamentos e grãos germinados. Isso obriga os produtores a colher os grãos com umidade acima do nível ideal, quando é possível.

Com o tempo chuvoso, o desenvolvimento da colheita ficou comprometido e apresentou pequena evolução semanal de 3,9 pontos porcentuais. Em relação à safra passada, os trabalhos de colheita no país vizinho estão 2,5 pontos porcentuais à frente. A produtividade média observada nas áreas onde a colheita já ocorreu é de 5,23 mil quilos por hectare. Na mesma época da safra anterior, a produtividade era de 5,8 mil quilos por hectare.