O clima tem dado o suporte necessário para a antecipação do plantio de soja, permitindo o avanço rápido dos trabalhos de campo, apontou a consultoria INTL FCStone, em relatório divulgado nesta segunda, dia 24. A consultoria estimou que o plantio atingiu 29,8% da área prevista para a safra 2016/2017 no Brasil, nível alcançado em anos anteriores apenas na primeira quinzena de novembro.
“Com o alto preço do milho no mercado doméstico, há um grande incentivo para a ampliação do plantio do cereal na segunda safra. Nesse sentido, o primeiro objetivo de grande parte dos produtores de grãos para a safra 2016/2017 passou a ser antecipar o máximo possível a semeadura de soja para possibilitar a ampliação da área de safrinha de milho”, disse o diretor de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Thadeu Silva.
Mato Grosso
A FCStone citou dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) de que 42,27% da área esperada para Mato Grosso já foi semeada. “Uma questão chave a ser analisada agora é a intenção de plantio na safrinha, já que fica claro que a área de milho no Estado atingirá um recorde expressivo”, avaliou Silva.
Segundo levantamento da FCStone, as lavouras de soja estão em ótimas condições no estado, com muitas áreas já germinadas e em desenvolvimento vegetativo. A consultoria ressaltou ainda que muitos produtores declaram intenção de fazer perto de 100% de área para a segunda safra de milho e que a aquisição de insumos deve ganhar força nas próximas semanas.
Para a maioria das regiões de Mato Grosso, o ideal é plantar o cereal até meados de fevereiro, conforme a FCStone. Calculando um ciclo de 105 a 120 dias da soja, essa condição só é possível caso a oleaginosa seja semeada até a primeira semana de novembro. A consultoria reforçou que o atual nível de plantio de soja já garante uma repetição da safrinha de milho passada e que em duas semanas será possível estimar a área potencial para a segunda safra do cereal em 2016/2017.
A antecipação do plantio de soja também deve trazer importantes mudanças para a sazonalidade das exportações, que tendem a atingir o pico já em fevereiro, de acordo com a consultoria. Para a FCStone, cerca de 25% da soja do estado deve estar colhida até o fim de janeiro, ante cerca de 10% em anos anteriores.
A consultoria assinalou ainda que há elevada ociosidade da estrutura portuária e logística, que foi recentemente ampliada e sofre com a escassez de milho no mercado doméstico, mas estará totalmente liberada para os embarques da oleaginosa.