Entre os representantes da maior bancada do Congresso Nacional, o ministro da Agricultura admitiu que a ideia de atualizar os índices de produtividade neste momento surgiu depois de uma pressão pública do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
? Os índices publicados já completam 25 anos e quem evidentemente tem pressionado ultimamente é o MST.
Stephanes recebeu do partido a recomendação de não assinar a portaria, que depois de publicada deve começar a vigorar no próximo ano.
? Este caso é de bom senso, estamos em crise e nós queremos que o índice não seja definido agora ? explica o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN).
O ministro não deu uma resposta aos colegas de legenda. Ele disse que vai levar a recomendação do PMDB ao presidente Lula. A intenção é ganhar tempo para analisar os critérios da mudança, considerados simplistas pelo ministro.
Cerca de 5% dos municípios brasileiros não atingem os novos índices de produtividade, segundo Stephanes. Quando o cálculo é feito por Estado, os números são maiores. No caso de Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, 12% dos agricultores produzem abaixo do mínimo que será exigido pelo governo.
Alguns parlamentares esperam que, independente do prazo, o partido se posicione contra a revisão.
? Eu diria que o PMDB não vai assumir essa responsabilidade de mudar esse índice, se o ministro quiser assumir isso por conta própria o risco é dele ? diz o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).