Em menos de 30 anos, o Brasil passou de beneficiário a doador no Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas. O país pode se tornar um dos maiores após a votação de uma medida provisória que doa 500 mil toneladas de alimentos para a organização.
? Esta MP está à espera no Congresso, se tudo correr bem, essa semana ou na próxima vai ser votada e esperamos que bem. Depois o Brasil poderá ser o quinto maior doador no mundo com essa nova lei ? explica Domenico Scalpelli, diretor da divisão de doações governamentais do Programa Mundial de Alimentos.
O Programa de Alimentos da ONU atinge 100 milhões de beneficiários em 70 países. Anualmente 3,5 milhões de toneladas de alimentos são movimentadas pelo mundo através da organização. Se forem contabilizados outros produtos e serviços, além de alimentos, o valor movimentado é muito maior. O Brasil tem uma pequena participação.
? O sistema das Nações Unidas importa anualmente uma média de US$ 15 bilhões. E o Brasil representa somente 1% deste total importado pelo sistema das Nações Unidas. Envolvendo produtos com valor agregado, alimentos, prestação de serviços. É muito pouco e pode aumentar consideravelmente a oferta exportadora brasileira para o sistema das nações unidas ? relata Félix Faria, 1º secretário da divisão de informação comercial do Ministério das Relações Exteriores.
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Na Expoarroz os representantes da ONU explicaram aos produtores como são os procedimentos para se tornar vendedor para as nações unidas. A participação em licitações é um dos mecanismos.
? Queremos ver como podemos incentivar mais produtores, mais indústrias, mais empresas para concorrer nos nossos concursos e depois se os preços e os termos forem competitivos eles vão ganhar. E cada vez mais ganhar e ganhar e vão entrar numa rotina, num hábito de como fazer negócios com PMA ? explica Scalpelli.
Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Arroz, nenhuma empresa brasileira deste setor tem cadastro para participar das concorrências da ONU. Uma oportunidade para melhorar o escoamento do cereal no país.
? Em síntese são muitas as possibilidades que se abrem ao setor produtivo e agroindustrial participar deste programa da ONU. A gente tem que se organizar, depois de conhecer. E foi o que fizemos, trouxemos aqui a fonte da informação, hoje nós dispomos de todos os caminhos para adquirir conhecimento para participar ativamente de um programa como este ? conta André Barreto, presidente da Fearroz e Abiarroz.
