Município conta nesta safra com uma esmagadora de grãos na região, porém o valor do frete não será economizado por causa da ponte interditada
Fernanda Farias | Porto Nacional (TO)
Os produtores de Porto Nacional, no Tocantins, pedem uma nova ponte para escoar a safra. A estrutura atual está interditada, e os agricultores precisam andar até 150 km a mais para entregar o grão na esmagadora. Eles também reclamam do custo a mais no frete que esse trajeto vai proporcionar.
A primeira esmagadora de soja do Tocantins deve começar a operar no segundo semestre, com capacidade de 800 mil toneladas/ano. A unidade está instalada em Porto Nacional, a 30 km da capital Palmas. A região tem 200 mil hectares de lavouras, onde se cultiva 25% da soja do estado.
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Segundo o gerente de fazenda Airton Frimino da Silva, que gerencia uma propriedade de 1000 hectares próxima à esmagadora, o novo negócio deve ajudar na rentabilidade, já que o frete será menor.
– No ano passado, a gente pagava R$ 1,50 por saco. Este ano, nós acreditamos que vai ser R$ 0,50. Vai ser muito bom – comemora.
Mas para outra parte dos agricultores da região, que ficam do outro lado do Rio Tocantins, a possibilidade de reduzir o frete nem é esperada. O problema está na ponte de Porto Nacional, que atravessa o rio em 900 metros de extensão.
Desde 2011, por questões de segurança, a ponta está parcialmente interditada. Só passam veículos com, no máximo, 30 toneladas. Desse jeito, produtores que querem vender a soja para as empresas do outro lado do rio precisam aumentar o percurso em até 150 km. A produtora rural Caroline Schneider é um exemplo, que virou refém dos preços praticados por empresas que atuam na mesma margem do rio.
– Às vezes oferecem bons preços, mas se eu colocar na ponta do lápis, o preço que eles estão me oferecendo mais frete inviabiliza eu trazer para cá. Fica muito oneroso a ponto de não valer a pena eu levar para a esmagadora. Como produtora, eu fico feliz por esse investimento, mas eu não posso ser beneficiada por essa restrição da ponte – critica.
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O secretário de Agricultura do Estado, Clemente Barros Neto, reconhece que a decisão de abrir licitação para a construção de uma nova estrutura depende de outras pastas, mas, mesmo assim, promete uma solução, mas ainda pode demorar muito tempo.
– No máximo em seis meses [tempo para nova licitação], para a Secretaria de Infraestrutura e Fazenda, que são as responsáveis – explica Barros Neto.
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