Um acidente envolvendo uma balsa e uma importante ponte no estado do Pará, sobre o rio Moju, está trazendo dor de cabeça para sojicultores da região. Segundo o presidente da Aprosoja Pará, Vanderlei Ataides, este acidente isola os produtores do polo de Paragominas, que usariam a ponte para chegar até o porto de Vila do Conde, no municípios de Barcarena.
A ponte em questão é a terceira (no sentido de saída de Belém) do complexo de quatro pontes da Alça Viária, localizada na rodovia PA-483 e desabou após uma balsa ter batido em um dos pilares. Segundo relatos de ribeirinhos, dois veículos que passavam na via no momento da colisão, caíram no rio, nenhum tripulante, certificado ou documento da embarcação que atingiu a ponte foi encontrado no local.
As primeiras informações dão conta de que a embarcação, que transportava dendê, teria perdido o controle. “Houve uma primeira tentativa de frear a balsa, mas não teria sido exitosa. Na segunda, teria paralisado o motor da balsa e a partir daí, ela ficou à deriva e colidiu com a ponte”, afirmou o governador, com base no relato de um trabalhador que estava no local.
Ainda segundo essa mesma testemunha, dois carros de passeio passavam pela parte afetada no momento da queda. No acidente, 200 dos 860 metros da ponte desabaram. Barbalho disse ainda que a Polícia Civil já está investigando o caso e que proprietária da balsa já teria sido contatada e estaria indo ao local para prestar esclarecimentos.
Sojicultores isolados
Ali em Paragominas estão instaladas aproximadamente 340 mil hectares de lavouras de soja, que segundo Ataídes, dependem desta ponte para escoar o produto. Em sua conta de Facebook, o presidente da Aprosoja destacou um mapa com o local do acidente e onde estão os produtores.
“Uma semana tensa em nosso estado, rompimento da rodovia BR-010, Belém/Brasília entre Paragominas e Belém. Ontem já tinha uns 40 quilômetros de fila de caminhões. Esse acidente envolvendo uma balsa na ponte Rio Moju, complica mais ainda nossa estrutura viária do estado”, comentou em sua rede social.
Segundo Ataídes, a colheita da soja começou há 10 dias em Paragominas e as chuvas constantes da região, aliado a esse problema de não ter como levar ao ponto, pode fazer com que produtores nem colham o grão e ele apodreça no campo.
“É essencial outras alternativas urgentes. Como balsas para que a soja seja escoada ao Porto, liberando assim os armazéns já bastante lotados. O governador do estado, Helder Barbalho, nos prometeu tentar alternativas o quanto antes. Vamos esperar para ver”, afirma o presidente da Aprosoja Pará.
Mais balsas
Para minimizar os problemas de deslocamento no local, as operadoras de balsas da região, que normalmente atuam com três embarcações de hora em hora e uma em regime de espera passarão a atuar com oito embarcações 24 horas por dia. “A partir de agora não mais horário fixo para as saídas de balsas, encheu, saiu”, explicou Barbalho a Agência Brasil.
Não foram afetados
Segundo informações do presidente da Aprosoja Pará o tráfego de barcaças vindas do porto de Miritituba, carregando soja desde o norte do MT pela BR-163, não foi afetado pela queda da ponte. “Os portos também funcionam normalmente”, diz.