População do Vale do São Francisco vive situação inusitada com horário verão

Moradores das cidades de Juazeiro e Petrolina precisam conviver com diferença de uma horaO horário brasileiro de verão começou neste domingo, dia 16. Moradores de 11 Estados brasileiros e do Distrito Federal adiantaram os relógios em uma hora. Com a medida, o governo espera economizar R$ 180 milhões de reais em geração de energia. A novidade este ano foi a inclusão da Bahia no horário de verão, o que criou uma situação curiosa.

A população do Vale do São Francisco vive uma situação inusitada. De um lado, a cidade de Juazeiro, na Bahia, adotou o horário de verão. No entanto, ele não é usado em Petrolina, em Pernambuco. As duas cidades são separadas apenas pelo Rio São Francisco e muitas pessoas trabalham numa cidade e moram na outra.

É o caso das atendentes Eliane Martins e Elizabete Duarte, que fazem o trajeto de uma cidade para outra há mais de cinco anos. Elas atravessam o rio de barquinha, transporte bem comum na região e usado por quem não quer ir pela ponte. Assim como elas, milhares de outras pessoas utilizam o serviço diariamente.

O aposentado João Almeida é outro que está sempre andando de uma cidade para outra com a barquinha. Se ele não vê problema em ter dois horários, esta mudança, no entanto, está tirando o sono de muita gente e interfere no cotidiano das pessoas.

No Mercado do Produtor, em Juazeiro, um dos principais entrepostos comerciais do Nordeste, vai prevalecer o horário de Pernambuco. O motivo é porque muitos dos produtores que levam as frutas para lá são da cidade vizinha, Petrolina.

O histórico da adoção do horário de verão em Juazeiro não traz boas lembranças para os produtores e comerciantes do local. Tanto o comerciante José Nogueira como o historiador Moisés Almdeia defendem que a adoção de um único horário nas duas cidades seria a melhor opção.