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Porto de Antonina sai do ostracismo e inicia reformas de reativação

Projeto de revitalização do terminal inclui novos contratos de exportaçãoAs ruínas próximas ao Porto de Antonina remetem a um passado distante, no século XIX, quando a erva mate era o principal produto movimentado na região. O terminal portuário se desenvolveu, e no século XX chegou a ser o quarto maior em exportação do Brasil. Mas ao longo dos anos, a estrutura se mostrou pequena para acompanhar a evolução do setor, e nas últimas quatro décadas Antonina caiu no esquecimento.

A situação começou a mudar a partir de 2011, com a ideia de reativar as operações.
 
– Estamos agora com uns projetos de ampliação e remodelação do nosso cais. O cais vai chegar em torno de 180 metros. Tem alguns protocolos de empresa querendo se instalar na nossa área. Uma empresa de metal mecânica que tem um protocolo para vir para cá. A ideia é um investimento de R$ 15 milhões, uma empresa grande – explica o diretor do Porto de Antonina, Luis Souza.

Se o Porto Público está sendo recuperado, o Terminal Privado Ponta do Félix, que arrenda uma área de 264 mil metros quadrados, ocupa hoje um papel fundamental na engrenagem do agronegócio. É por ele que chega um grande volume de fertilizantes. Antonina e Paranaguá juntos são responsáveis por 50% da importação do produto. Em 2013, foram desembarcados neste cais 1,5 milhões de toneladas de fertilizantes, o que favorece a chamada carga de retorno. Os caminhões descarregam a soja em Paranaguá e voltam com o fertilizante carregado em Antonina.

– Vim com soja do Itiquira, em Mato Grosso, e agora volta com fertilizante pro Goiás, Rio Verde. Isto vem pra Antonina porque lá estava muito caminhão, e não estava conseguindo carregar hoje nem amanhã. Só paro o final de semana – conta o caminhoneiro Adriano Righi.

E toda esta movimentação deve aumentar na próxima década, como adianta Luis Souza:

– Tem um contrato que fizeram com uma empresa russa, em torno de 10 milhões de toneladas. Contrato de um milhão de tonelada ao ano. Movimenta bastante, vai gerar bastante emprego. Com isto gera renda para o nosso Estado.

Importante tanto para o resgate do Porto Público como para o crescimento do terminal privado. Obras de dragagem são realizadas em conjunto com Paranaguá. Ano passado foi realizada a dragagem de manutenção, e no mês de fevereiro começou a dragagem de regularização, em um investimento total de R$ 195 milhões nas duas obras. Mas a grande expectativa é em relação à dragagem de aprofundamento, que vai possibilitar a aproximação de navios maiores, com capacidade acima de 50 mil toneladas. Esta depende do governo federal e não tem data prevista.

– Poderíamos até tentar navios com contêiner, que exige um calado maior. Mas com esta que estamos fazendo agora nós vamos ter um calado de nove metros e meio e eu acho que dá para trabalhar tranquilamente – diz o diretor do porto.

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