O superintendente do porto gaúcho, Dirceu Lopes afirma que não é exagero dizer que 95% de toda a produção gaúcha passa pelo Porto de Rio Grande. Segundo ele, Rio Grande não é o maior terminal portuário do Brasil, mas caminha para ser o mais eficiente.
– Somos o quarto porto em movimentação de cargas no Brasil, mas temos vantagens que nos permitem chegar a primeiro lugar em qualidade. Rio Grande é o único dos grandes terminais em que os modais chegam até a área do porto, e somos um porto de águas profundas – diz.
Lopes explica que para isso foi fundamental o investimento federal de R$ 1 bilhão, em obras como o aprofundamento do canal de São Gonçalo e o prolongamento dos molhes da barra de Rio Grande. Atualmente, o porto hoje recebe navios de qualquer tamanho. Além disso, há recursos previstos de R$ 100 milhões por ano, pelos próximos dez anos, e mais um R$ 1 bilhão para qualificação da acostagem.
Apesar da boa perspectiva, Dirceu Lopes reconhece que há gargalos no escoamento através dos modais de transporte.
– É fundamental termos maior complementaridade entre hidrovias, responsáveis por 5% das cargas; ferrovias, que transportam apenas 20%; e rodovias, com 75% – ressaltou.
Ele acrescenta que o Governo Estadual vem discutindo com a União o trajeto da Ferrovia Norte-Sul, cujas obras no Rio Grande do Sul deverão começar em 2015. Também cita a reativação do transporte de cargas pela Lagoa Mirim, ampliando o escoamento da produção do nordeste do Uruguai.
O crescimento do polo naval da região, juntamente com o trabalho direto no porto, hoje é responsável por 20 mil empregos diretos e indiretos em Rio Grande e municípios vizinhos, conforme o superintendente.