Juntos, ambos respondem por mais de 60% das exportações do complexo soja, de acordo com a Aprosoja. Na avaliação da entidade, os dois operam no limite, com frequentes filas de caminhões para descarregar. A competitividade da soja, um dos principais segmentos do agronegócio, fica prejudicada.
No Nordeste, as administrações portuárias acreditam que suprir essa necessidade dos exportadores é uma importante oportunidade de desenvolvimento. Na Bahia, são cinco terminais privados além dos três públicos: Salvador, Aratu e Ilhéus.
Em 2011, eles movimentaram mais de 32 milhões de toneladas de carga – cerca de 20% do agronegócio, considerando saída de grãos e entrada de insumos, como fertilizantes. A Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que administra os portos no Estado, prevê para os próximos 10 anos investimentos de R$ 2 bilhões em infraestrutura.
– Nós damos oportunidade logística para diversos canais de exportação. O que a gente precisa é aumentar esse potencial, criar realmente um vetor de exportação – afirma o presidente da Codeba, José Rebouças.
Quem também aposta no potencial do setor é a empresa que administra o porto de Suape, em Pernambuco. O principal investimento é em um terminal de grãos interligado à ferrovia Transnordestina. O objetivo é conciliar o embarque de grãos e o desembarque de insumos.
Em dois meses, um estudo técnico deve ser concluído, mas já se projeta investimentos de pelo menos R$ 20 milhões. A expectativa é publicar o edital da licitação no fim deste ano e iniciar as operações em 2014.
De acordo com o coordenador de Desenvolvimento de Negócios do Complexo de Suape, Leonardo Cerquinho, a capacidade do terminal deve ser de 16 milhões de toneladas. A meta é, até 2016, embarcar cerca de cinco milhões de toneladas de soja, aumentando para oito milhões até 2020.
– Nós estamos projetando um terminal que não vai se transformar num gargalo tão cedo. A ferrovia Transnordestina, no futuro, pode ser interligada à ferrovia Norte-Sul. Os portos passariam a concorrer por eficiência e custo por essa soja, com benefícios também para o produtor – avalia Cerquinho.