? Não podemos penalizar quem é eficiente, o que defendemos é a liberdade comercial, com comércio justo para os produtores competentes ? afirmou Rossi.
As discussões mais importantes do encontro e o documento final, assinado pelos ministros da Agricultura do G20, foram detalhados por Rossi nesta quarta, dia 29, em Brasília (DF).
? Não faz sentido uma intervenção no mercado até porque os produtores tiveram vários anos de preços deprimidos. O esforço produtivo é a única forma de se enfrentar a volatilidade de preços dos alimentos ? comentou.
O ministro destacou a participação de todos os países fornecedores de produtos agrícolas para a conclusão do documento do G20 Agrícola, como Estados Unidos, Argentina e Austrália. Rossi também comemorou a inclusão da necessidade de transparência das informações agrícolas no documento final.
? O Brasil e os Estados Unidos já dispõem de uma série de informações sobre safra, estoques e preços que podem ser consultados. É fundamental que haja transparência total em relação a esses dados ? reforçou.
Outros itens que englobam o plano de ação do G20 são a ampliação da pesquisa para aumentar a produtividade de lavoura e a formação de estoques emergenciais para atender aos países em situação de insegurança alimentar. O ministro reiterou o interesse do Brasil em expandir os estudos em relação ao trigo.
? Não temos muita expertise na área e há um grande interesse em melhorarmos a eficiência da produção ? disse.
Ele considera que a formação de estoques para os países pobres deve ser responsabilidade dos países produtores de alimentos, mas também das nações ricas. Segundo Rossi, a ideia é ter armazenada uma quantidade mínima de alimentos para atender a situações de emergência. Nesse caso, os grandes produtores agrícolas ficariam à disposição para doar mais alimentos, quando necessário.
Por outro lado, comentou, os países ricos que não são fornecedores de produtos agrícolas também podem contribuir financeiramente comprando estoques.
? Temos ainda cerca de um bilhão de pessoas em situação de insegurança alimentar e é fundamental termos esses estoques de ajuda humanitária ? avaliou.
O ministro lembrou que na última semana o governo brasileiro autorizou a doação de alimentos para nações pobres, com 500 mil toneladas de arroz.
Outra questão que entrou na pauta do G20 agrícola, de acordo com o ministro, foi o uso de mecanismos do mercado financeiro no comércio de commodities alimentares.
? Defendemos a elaboração de estudos aprofundados para se medir o real impacto da utilização desses mecanismos na formação de preços dos alimentos ? declarou.
O ministro comemorou, ainda, a eleição do ex-ministro José Graziano da Silva para a direção geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
? A eleição do Graziano é uma expressão da força do Brasil na comunidade internacional e da economia nacional. Temos o país com maior sucesso na agricultura tropical do mundo ? comentou.
A disputa ocorreu durante a 37ª Assembleia Geral da FAO, realizada em Roma entre 25 e 26 de junho. Graziano foi eleito no domingo por 92 vot os contra 88 obtidos pelo ex-chanceler da Espanha Miguel Ángel Moratinos.