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Posição brasileira para ampliar produção de alimentos foi decisiva no G20, declara Rossi

Expansão da oferta é melhor forma de combater a volatilidade de preçosO Brasil teve atuação decisiva e determinante para ampliar a produção de alimentos na reunião do G20 Agrícola. A avaliação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi. Ele declarou que a ampliação da oferta de alimentos como forma de combater a volatilidade de preços foi o principal ponto da reunião das 19 nações mais ricas, junto com a União Europeia, ocorrida em 22 e 23 de junho em Paris.

? Não podemos penalizar quem é eficiente, o que defendemos é a liberdade comercial, com comércio justo para os produtores competentes ? afirmou Rossi.

As discussões mais importantes do encontro e o documento final, assinado pelos ministros da Agricultura do G20, foram detalhados por Rossi nesta quarta, dia 29, em Brasília (DF).

? Não faz sentido uma intervenção no mercado até porque os produtores tiveram vários anos de preços deprimidos. O esforço produtivo é a única forma de se enfrentar a volatilidade de preços dos alimentos ? comentou.

O ministro destacou a participação de todos os países fornecedores de produtos agrícolas para a conclusão do documento do G20 Agrícola, como Estados Unidos, Argentina e Austrália. Rossi também comemorou a inclusão da necessidade de transparência das informações agrícolas no documento final.

? O Brasil e os Estados Unidos já dispõem de uma série de informações sobre safra, estoques e preços que podem ser consultados. É fundamental que haja transparência total em relação a esses dados ? reforçou.

Outros itens que englobam o plano de ação do G20 são a ampliação da pesquisa para aumentar a produtividade de lavoura e a formação de estoques emergenciais para atender aos países em situação de insegurança alimentar. O ministro reiterou o interesse do Brasil em expandir os estudos em relação ao trigo.

? Não temos muita expertise na área e há um grande interesse em melhorarmos a eficiência da produção ? disse.

Ele considera que a formação de estoques para os países pobres deve ser responsabilidade dos países produtores de alimentos, mas também das nações ricas. Segundo Rossi, a ideia é ter armazenada uma quantidade mínima de alimentos para atender a situações de emergência. Nesse caso, os grandes produtores agrícolas ficariam à disposição para doar mais alimentos, quando necessário.

Por outro lado, comentou, os países ricos que não são fornecedores de produtos agrícolas também podem contribuir financeiramente comprando estoques.

? Temos ainda cerca de um bilhão de pessoas em situação de insegurança alimentar e é fundamental termos esses estoques de ajuda humanitária ? avaliou.

O ministro lembrou que na última semana o governo brasileiro autorizou a doação de alimentos para nações pobres, com 500 mil toneladas de arroz.

Outra questão que entrou na pauta do G20 agrícola, de acordo com o ministro, foi o uso de mecanismos do mercado financeiro no comércio de commodities alimentares.

? Defendemos a elaboração de estudos aprofundados para se medir o real impacto da utilização desses mecanismos na formação de preços dos alimentos ? declarou. 

O ministro comemorou, ainda, a eleição do ex-ministro José Graziano da Silva para a direção geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

? A eleição do Graziano é uma expressão da força do Brasil na comunidade internacional e da economia nacional. Temos o país com maior sucesso na agricultura tropical do mundo ? comentou.

A disputa ocorreu durante a 37ª Assembleia Geral da FAO, realizada em Roma entre 25 e 26 de junho. Graziano foi eleito no domingo por 92 vot os contra 88 obtidos pelo ex-chanceler da Espanha Miguel Ángel Moratinos.

 

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