Regivaldo é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da religiosa, em 2005. Ele chegou a ser preso, mas responde ao processo em liberdade. Ele é o único dos acusados de participação no crime que ainda não foi a julgamento.
O chefe da Unidade Avançada do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Altamira, no Pará, Ulair Batista Nogueira, foi convocado para ir a Brasília para explicar à direção nacional do órgão os acontecimentos na região.
Nogueira é o autor da ata do encontro, realizado no último dia 28, entre agricultores, assentados, representantes do Incra e o próprio Regivaldo. No documento, Regivaldo propôs trocar 2,5 mil hectares de floresta do lote 55, onde hoje está sendo implementado o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, por 500 hectares de pasto. O fazendeiro disse, segundo a ata, que possui documentos que comprovariam a posse da terra, que tem três mil hectares.
Foi por resistir à criação de gado no local que a religiosa foi assassinada.
Orientado para não falar com a imprensa, Nogueira disse nesta semana que vai a Brasília para traçar as estratégias de ação que serão desenvolvidas em Anapu.
? Infelizmente, esse episódio inesperado pode ser o estopim para muita coisa no Fórum Mundial Social ? disse o chefe do Incra em Altamira.
No município, que fica a pouco mais de 150 quilômetros de Anapu e a 750 quilômetros da Capital, Belém, o clima é de tranqüilidade. É comum ver pela cidade viaturas da Polícia Federal e homens da Força Nacional de Segurança que atuam na Operação Arco de Fogo.
A delegada Daniela Soares Araújo, chefe da delegacia da PF no município, informou que o inquérito para apurar o encontro do último dia 28 já foi instaurado. Segundo ela, todos os envolvidos no episódio serão ouvidos, inclusive o próprio Regivaldo e o representante do Incra.