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Praga de difícil controle se espalha com o clima seco e assusta sojicultores

Com alta incidência no feijão nesta safra, a mosca-branca, que na sequência migra para a soja, elevou os gastos com agroquímicos

Pedro Silvestre, Nova Mutum (MT)
Em Mato Grosso, a alta infestação de mosca-branca causou muitos prejuízos e elevou os custos nas lavouras de feijão. Agora, a grande preocupação é que a praga migre para as plantações de soja.

O agricultor Ivan Rogério Faccio acompanha de perto a colheita de feijão-carioca. Este é o segundo ano em que ele aposta na cultura. Os resultados não têm sido bons, culpa de um inseto pequeno, mas muito perigoso para as plantações, a mosca-branca.

“Esperava colher mais que os 35 sacos que conseguimos, até para pagar os custos. Mas a incidência de pragas é muito alta, principalmente a mosca-branca, que não conseguimos erradicar de maneira nenhuma. Ela só traz prejuízo, não é fácil”, desabafa Faccio.

O agrônomo Clédson Guimarães Dias Pereira relata que as altas temperaturas e a aplicação dos defensivos no momento errado têm colaborado para o crescimento da infestação do inseto. “Períodos secos e quentes, como temos registrado atualmente, favorecem o desenvolvimento e a dispersão desta praga. Por isso a incidência tem sido elevada”, comenta.

Já sobre a dificuldade em erradicar ou controlar a praga durante a temporada, Pereira explica que a vida da mosca-branca é dividida em quatro fases, e somente na última, que é a fase adulta, é que os agricultores começam a perceber a infestação. “Esta também é a fase em que o produto comprado não funciona e muita gente acha que a culpa é do agroquímico. Mas não é isso, o produto funciona, só que em uma determinada fase daquela ninfa. Então, usando o produto em outras fases, o controle não é satisfatório. Você gasta e não controla”, explica.

E o problema não para por aí. O especialista pede mais atenção dos produtores com lavouras que podem hospedar a praga, como a de soja. O risco de uma infestação durante a safra de soja da região é iminente. “Se bobear, a mosca-branca acaba matando a soja. Ao se alimentar continuamente, a praga excreta nas folhas uma substância que favorece a formação de fumagina, que diminui drasticamente a fotossíntese da planta. Em um ataque normal é fácil perder algo entre 12 e 15 sacos de soja por hectare.”

O sojicultor Cristiano Costa Beber conhece bem o potencial destrutivo da mosca-branca na soja e o potencial de migração dela de uma cultura para outra. Ele teve prejuízos na produção do ano passado. Mas este ano quer evitar o problema, por isso gastou 20% a mais na lavoura de feijão para evitar que a praga vá para a soja.

“Na minha lavoura fiz 14 aplicações de inseticidas no total. A cultura está com 80 dias e quero manter com poucas pragas, controlando, cuidando muito. Ainda assim, esse ano a incidência da mosca está aumentando muito e nos preocupando porque ela vai para a soja. Tive talhões com até 20% de quebra de produtividade por causa da mosca”, conta Beber.

Para o produtor a estratégia será gastar mais com agroquímicos e começar o controle mais cedo. “Temos que ficar mais em cima, mais atentos. Porque depois que a gente enxergar o problema, já foi, não tem mais o que fazer”, comenta.

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