? A sociedade global está querendo mudar o paradigma de consumo, seja por questões ambientais ou pela saúde pública ? afirmou.
No próximo ano, oito novas usinas de biodiesel devem entrar em funcionamento nos Estados de Goiás, do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.
De acordo com Beltrão, o novo combustível tem espaço para crescer sem afetar a produção de alimentos porque o Brasil tem aproximadamente 90 milhões de hectares de pastagens degradadas e áreas já desmatadas. Ele destacou que a ideia de que o biodiesel usa comida para produzir combustível é completamente errada.
? O biodiesel é produzido a partir do óleo da soja, por exemplo. O que sobra é farelo, que alimenta a produção animal. Para cada litro de óleo, temos quatro quilos de farelo que vão virar proteína animal ? explicou o diretor da Ubrabio.
Apesar de apostar no crescimento da adição do biodiesel ao diesel consumido em todo o país, Beltrão reconhece que o produto é cerca de 30% mais caro.
? Mas, para comparar o preço, é preciso considerar os gastos com saúde pública, em função das doenças provocadas pela poluição, e com os impactos ambientais ? ressaltou o produtor.
Quanto à poluição, Beltrão lembrou que o biodiesel ajuda a substituir o enxofre no diesel, que é usado também como lubrificante. Segundo ele, a chamada Agenda Conama ? referência ao Conselho Nacional de Meio Ambiente ? prevê a redução gradual de enxofre no combustível.
Atualmente, existem três tipos de classificação do diesel quanto a isso. Nas estradas, ele tem em geral 1.800 partes por milhão (ppm), nas regiões metropolitanas, 500 ppm e em algumas cidades, como Curitiba, 50 ppm.
Para 2013, está prevista a implementação do S10, com 10 ppm.
? O biodiesel entra como um fator de melhoria da qualidade, podendo se antecipar às metas de qualidade do diesel ? concluiu Beltrão.