Reservas regionais de emergência devem ser criadas com contribuições de grandes exportadores, afirmou Fan, em conferência internacional de alimentos em Cingapura. Segundo ele, as reservas ficariam dentro de países exportadores e importadores, como Bangladesh, e poderiam ser gerenciadas por uma instituição como o Programa Alimentar Mundial (WFP).
A Associação de Países do Sudeste Asiático planeja estabelecer uma reserva de emergência de arroz com participação de Coreia do Sul, Japão e China, o que Fan considera um passo na direção certa. Ele também avalia que os subsídios aos biocombustíveis precisam ser reduzidos, pois afetam a produção de alimentos e comprometem a segurança alimentar. Durante o período de 2000 a 2007, os biocombustíveis responderam por 30% do aumento de preço médio dos grãos e nos últimos quatro anos sua contribuição para a alta dos preços deve ser ainda maior, afirmou Fan.
Ele também declarou que, apesar do rápido crescimento econômico, a segurança alimentar na Ásia se encontra sob pressão. Fan disse que tanto a China quanto a Índia registraram taxas de crescimento impressionantes, mas 24% e 43% das pessoas subnutridas da Ásia vivem nesses dois países, respectivamente, e o alto nível de pobreza persiste. Ele explicou que 13 países asiáticos, inclusive Nepal e Bangladesh, têm níveis alarmantes de fome em sua população.
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Pressão
Há uma tremenda pressão sobre o governo chinês para controle dos preços dos alimentos, que aumentaram de 15% a 17% sobre o ano passado, contribuindo para uma alta taxa de inflação. Fan também observou que há um movimento de urbanização da pobreza no Sul da Ásia, por causa do êxodo rural. Fan afirmou que a população rural da Ásia vai começar a cair a partir de 2015 e que a população urbana deve superar a rural até 2028.
O diretor da IFPRI avalia que cerca de 87% dos 500 milhões de pequenos produtores do mundo ? aqueles com área menor de 2,0 hectares ? estão na Ásia. E o tamanho dessas propriedades está diminuindo. As mudanças climáticas e a elevação do nível do mar também têm impacto adverso sobre a agricultura, segundo Fan. A produção de arroz irrigado da Ásia como um todo deve cair até 10,47% e no Vietnã cerca de 30% da área com arroz será perdida até 2050, ante os níveis do ano 2000.
