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Da produção brasileira anual de 37 milhões de toneladas de açúcar, 60% são exportados. Segundo o trader da Sucden do Brasil, Eduardo José Sia, por enquanto, o mercado sinaliza que os preços devem continuar baixos.
– A tendência a curto e médio prazo, se confirmadas as novas safras internacionais, é de que os preços ainda continuem sob forte pressão, e se mantenham nos patamares atuais. Isto não é um fator otimista para o produtor brasileiro – diz.
Segundo o diretor da Job Economia, Julio Maria Borges, a esperança do setor é que o fim antecipado da colheita neste ano possa elevar as cotações.
– A gente acredita que a partir de outubro essa percepção de mercado deve mudar – afirma.
A previsão da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) é que o Centro-Sul do Brasil produza 31,3 milhões de toneladas de açúcar em 2014/2015, que se encerra oficialmente em março do ano que vem. O volume é quase 9% menor na comparação com as 34,3 milhões de toneladas de 2013/2014 por causa da forte seca no início do ano.
Preço interno em setembro
O açúcar cristal negociado no mercado interno registrou em setembro o menor valor desta safra, iniciada em abril. Também ficou abaixo do nível observado no mesmo período da temporada anterior. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio parcial da saca de 50 quilos em setembro é de R$ 44,67, 1,91% menor ante o de agosto (R$ 45,54/saca) e 4,57% inferior frente o de setembro de 2013 (R$ 46,81/saca), em termos reais.
Essa queda, associada à apreciação do dólar ante o real, fez com que a comercialização de açúcar no spot paulista perdesse na semana passada a vantagem que mantinha sobre as exportações há quase um ano. Pelos cálculos do Cepea, de 22 a 26 de setembro a média semanal do indicador de açúcar cristal Cepea/Esalq foi de R$ 44,38 a saca, enquanto as do contrato com vencimento em março na Bolsa de Nova York equivaliam a um preço médio de R$ 44,70/saca (+0,73%).