– Terminamos o ano com 11% de elevação no setor de verduras. Nesses primeiros dias de 2013, o aumento foi de quase 20%. Então, produtos mais sensíveis como alface, brócolis, couve-flor, rúcula e agrião apresentaram diminuição do produto ofertado, perda de qualidade e majoração dos preços praticados – explica.
Para atender toda a demanda, na propriedade do produtor rural Stevan Wirthmann, em Biritiba Mirim (SP), o trabalho está acelerado, tanto na colheita como no plantio de novas mudas de alface. Nas últimas semanas, a procura pelo produto aumentou a ponto de ele não ter alface suficiente para atender a todos os pedidos. A consequência é o preço mais alto:
– Eles estão bem elevados, é um preço bom. Para essa época, está muito bom – afirma.
No entanto, nem todos os produtores estão conseguindo aproveitar o bom momento. Devido às alterações climáticas, houve quebra na produção de diversas lavouras. De acordo com o produtor Wirthmann, as perdas chegaram a 15%.
O excesso de chuva e calor danificou algumas plantas, deixando pés com a metade do tamanho esperado. A dificuldade para produzir foi outro fato que colaborou para o aumento dos preços.
O agricultor conta que, de outubro para cá, algumas variedades de alface sofreram altas de até 50%. De acordo com a Ceagesp, a alface americana, por exemplo, passou de R$ 32,00 para R$ 75,00 a caixa com 48 pés. Já o valor da alface crespa subiu de R$ 20,00 para R$ 40,00 a caixa com 60 pés. A alface lisa aumentou de R$ 30,00 para R$ 50,00 a caixa com 80 pés.
Segundo o economista Flávio Godas, os preços devem continuar elevados por um longo período.
– A expectativa para todo o primeiro trimestre é de preços em alta, bom para o produtor e ruim para o consumidor – destaca.