São mais de 22 unidades da Cesa cadastradas que totalizam uma capacidade de 600 mil toneladas de grão. Para acesso ao programa de Aquisição do Governo Federal (AGF), principal mecanismo de venda oferecido pelo governo, é necessário que o produtor tenha o grão depositado em armazém cadastrado pela Conab.
Especialistas calculam que a produtividade dos grãos cresce cerca de 5% ao ano, enquanto a capacidade de armazenagem aumenta 2,5% em mesmo período. Para o diretor técnico da Agrocult, Adriano Mallet, um dos principais sintomas de que falta armazenagem para o arroz é o preço baixo em que se encontra o produto, cerca de R$ 21 a saca. O especialista explica que o produtor não tem como reter o grão e aguardar que o mercado aqueça. Assim, precisa lançar o produto no mercado, e o grande volume, resultado de uma boa safra, faz o preço cair.
? Muitas vezes, as pessoas não se dão conta de associar o preço baixo ao problema. Se o produtor tivesse condições de ter seu próprio silo poderia guardar sua safra, esperar preços mais baixos de frete e o aquecimento do mercado. O governo precisa pensar em linhas de crédito específicas ? destaca Mallet.
A Conab não acredita que vá faltar espaço para a safra, já que a colheita dos vários tipos de grãos não é feita de forma simultânea. O superintendente regional da Conab, Carlos Manoel Farias, diz que há um problema específico com o arroz, já que a soja e outros grãos têm processo de escoamento mais rápido.
? Hoje, temos uma capacidade dentro da necessidade para a produção do Estado, mas não a ideal, que deveria ser 20% maior ? reconhece.
O arroz tem uma estimativa de produção para essa safra de 8,5 milhões de toneladas e uma capacidade estática de 13,5 milhões de toneladas. Mas muitos silos estão com estoque do governo em seu interior. Ao todo, são 970 mil toneladas do governo armazenadas.