Como o previsto, o mercado brasileiro de soja apresentou preços mais altos na última quinta-feira, 12, puxado por uma forte elevação no dólar em mais um dia confuso, dado a turbulência e volatilidade nas bolsas e câmbio. Nos portos a saca foi negociada a R$ 95 e alguns produtores do interior do país receberam propostas para vender sua produção por R$ 90.
“Foi difícil a precificação, mas diante de todo o nervosismo, o dia acabou sendo bom para a movimentação de negócios. Os reportes envolveram cerca de 700 mil toneladas”, afirma Luiz Fernando Gutierrez.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 89,50 para R$ 90,50. Na região das Missões, a cotação avançou de R$ 89 para R$ 90,50. No porto de Rio Grande, o preço subiu de R$ 93,50 para R$ 95.
Em Cascavel, no Paraná, o preço subiu de R$ 86 para R$ 86,50 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca passou de R$ 93,50 para R$ 94.
Em Rondonópolis (MT), a saca se manteve em R$ 82 a saca. Em Dourados (MS), a cotação subiu de R$ 79,50 para R$ 80,50. Em Rio Verde (GO), a saca avançou de R$ 79,50 para R$ 81.
Apesar do levantamento da consultoria, alguns produtores relataram ter recebido propostas com preços mais elevados. Em Coronel Bicaco, um produtor teve a proposta de vender a saca por R$ 90.
Chicago e câmbio
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam hoje com preços em forte baixa. O mercado sentiu o movimento de aversão ao risco por conta da pandemia do coronavírus, que trouxe um forte impacto nos preços do petróleo e provocou perdas acentuadas nos mercados acionários e de commodities. A fala do presidente Donald Trump indicando que poderá declarar emergência nacional por conta do surto do novo coronavírus, também influenciou negativamente, assim como o sentimento de uma fraca demanda para a oleaginosa norte-americana.
As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2019/20, com início em 1 de setembro, ficaram em 302.800 toneladas na semana encerrada em 05 de março. Representa uma retração de 12% frente à semana anterior e um recuo de 34% ante à média das últimas quatro semanas. O Japão liderou as importações, com 120.000 toneladas.
Para a temporada 2020/21, são mais 1.400 toneladas. Os analistas esperavam exportações entre 150 mil a 750 mil toneladas, somando-se as duas temporadas. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Os contratos da soja em grão com entrega em maio fecharam com desvalorização de 13,75 centavos de dólar, ou 1,57%, em relação ao fechamento anterior, a US$ 8,59 1/2 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 8,65 3/4 por bushel, retração de 14,75 centavos de dólar, ou 1,67% em relação ao fechamento anterior.
Nos subprodutos, a posição maio do farelo fechou com alta de US$ 0,39, ou 0,39%, a US$ 302,80 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em maio fecharam a 26,38 centavos de dólar, perda de 1,15 centavo ou 4,17% na comparação com o fechamento anterior.
O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 1,24%, sendo negociado a R$ 4,7790 para venda e a R$ 4,7770 para compra, um novo recorde para fechamento. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,7510 e a máxima de R$ 5,0290.
Chicago nesta sexta-feira, 13
Os contratos da soja em grão registram preços em alta. A oleaginosa tenta buscar um movimento de recuperação técnica frente às recentes perdas, acompanhando os ganhos do petróleo e dos mercados acionários e de commodities. Na semana porém, as perdas acumuladas são expressivas e superam a casa de 2,8%.
Os contratos com vencimento em maio de 2020 operam cotados a US$ 8,66 por bushel, alta de 7,00 centavos, ou 0,81%, em relação ao fechamento anterior.