O governo argentino publicou nesta quinta-feira, 5, o decreto que aumenta de 30% para 33% o imposto sobre a exportação de soja do país. A medida vale apenas para os produtores que têm rendimentos acima de mil toneladas. Os agricultores, com produção de até 500 toneladas ao ano, devem pagar uma taxa de 24% a 30%. Aqueles com produção entre 501 e mil toneladas, vão pagar a alíquota vigente de 30%.
Segundo o analista de mercado da INTL Fcstone Jonas Pizzato o produtor argentino perde competitividade no mercado internacional em decorrência desse aumento das tarifas, mas favorece o produtor brasileiro. “A argentina é o maior exportador de farelo [de soja] e o Brasil vem na sequência. Com o aumento das tarifas argentinas, o produtor brasileiro pode colocar não só a soja, mas também farelo no mercado internacional, ocupando o espaço da Argentina”, diz.
Ele ressalta que a expectativa é que o preço do produto no Brasil aumente, assim como a soja em grão. “A demanda por óleo de soja e farelo de soja aqui no Brasil tende a aumentar também, isso pode fazer com que os preços subam e isso pode beneficiar a margem de esmagamento das indústrias do interior. Então acaba sendo positivo para o produtor brasileiro ao longo do segundo semestre, onde a soja é mais escassa aqui no mercado interno brasileiro”.
Dólar em alta
Com a disparada do dólar, o analista aconselha o produtor a fazer suas vendas, caso já tenha coberto todo o seu custo de produção e queira apostar um pouco mais.
“Talvez carregar sua soja para o segundo semestre para aproveitar e trabalhar com ferramentas de hedge, para garantir um plantio com dólar alto para segundo semestre e aproveitar esse momento de prêmio mais forte. Essas seriam formas de buscar um preço melhor do que ele já tem hoje. Esses preços atuais garantem uma boa rentabilidade para o produtor no momento” finaliza Pizzato.