Preço está sustentado pelo dólar e requer cautela, alerta Farsul

Grão está em forte queda no mercado internacional, e apenas a moeda norte-americana dá sustentação à remuneração do produtor neste momento

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) alerta aos sojicultores em relação ao preço do grão. A entidade alerta que o atual valor recebido pelos brasileiros é resultado da influência da taxa de câmbio e não reflete a realidade do mercado internacional.

O saco de 60Kg, que no início de setembro de 2014 era comercializado a US$ 25,00, na última foi vendido por US$ 18,32, uma queda de 26,70%. Apesar do consumo se manter ascendente, puxado principalmente pela China, as produções dos EUA e Brasil cresceram bem acima da demanda.

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O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, explica que setembro tem a maior cotação média desde a implantação do Plano Real, o que interfere diretamente no preço pago aos produtores. Para ele, o atual momento econômico brasileiro dá aos produtores uma irreal sensação de solidez do mercado.

– Podemos afirmar que dos R$ 69,63 recebidos pelo saco de 60 Kg (cotação média x US$ 18,32), R$ 29,03 é consequência direta da variação cambial. Se utilizássemos a média do ano passado, o valor do saco seria R$ 40,60 – compara.

Da Luz ressalta que a crise política, econômica e de confiança é o que vem mantendo essa alta. A expectativa para 2016, conforme Relatório Focus do Banco Central, é que o dólar se mantenha em um patamar elevado, próximo dos R$ 4,00/US$. A

Apesar de o indicador ser favorável aos produtores, a Farsul lembra que a taxa de câmbio é muito volátil e essa expectativa pode mudar conforme o panorama político. A orientação dada aos produtores é de que tenham conhecimento dos riscos envolvidos e organizem um planejamento defensivo considerando a possibilidade de uma inversão da taxa cambial até abril de 2016, quando a colheita estará acontecendo.

Também é indicado que se trave os preços, principalmente com opções de venda. Para isso é preciso procurar corretoras de valores mobiliários, especialmente aquelas com mesa de derivativos agropecuários.

Veja a entrevista do economista Antônio da Luz ao Mercado & Companhia:

Com informações da Farsul.

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