– Essa desaceleração dá a entender que os preços não estão com o fôlego todo – destacou o coordenador de Índices do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros.
Na primeira prévia do IGP-M, os preços das matérias-primas caíram 0,18%, após avançarem 0,79% no mês anterior. São muitos os exemplos de desaceleração entre os agropecuários. A inflação da soja passou de -1,77% na primeira prévia de dezembro para -2,89% na primeira prévia de janeiro. O milho passou de 4,97% para -0,57%, o que teve efeito também sobre as aves (de 5,40% para 2,55%). A variação de preços dos bovinos passou de 0,38% para -1,76%. E o arroz passou de -0,06% para -3,38%.
Em trajetória oposta, o trigo apareceu como uma pressão sobre o indicador, com inflação de 7,03% ante 1,45% em dezembro. O problema não é o impacto direto do trigo na inflação, porque o produto tem pouco peso na composição do IGP-M, mas o que esse resultado antecipa de possível aumento de preços de derivados, como do pão francês, macarrão e farinha de trigo.
– O trigo é um contraexemplo. Esse não é o perfil do grupo alimentação. O que se espera é que para a alimentação o comportamento seja mais suave em janeiro e fevereiro – destacou Quadros.