A trajetória de queda teve início há duas semanas, quando o combustível era vendido nas bombas a R$ 1,40 e, desde então, as reduções foram constantes, algumas diárias. Apesar do início da safra de cana-de-açúcar no centro-sul, segundo donos de postos, a queda no preço é atribuída à guerra comercial entre distribuidoras.
? Companhias como a Shell e a Ipiranga estão subsidiando os preços para os postos com essas bandeiras e entregam o álcool a R$ 0,90 o litro para que possa ser vendido a R$ 0,99. Enquanto isso, postos de bandeira branca, como o meu, pagam R$ 0,97 o litro para ser vendido a, no mínimo, R$ 1,07 ? disse Oswaldo Manaia, diretor regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).
De acordo com ele, outras grandes distribuidoras, como BR e Cosan/Esso, que ainda vendem o litro do etanol entre R$ 1,07 e R$ 1,10, necessariamente irão baixar o preço do etanol durante o dia para não perderem competitividade.
? Enquanto isso, os postos que não contam com esse subsídio das distribuidoras e que não têm o poder econômico das grandes vão ficar completamente fora do mercado ? afirmou o representante do Sincopetro.
Ainda segundo Manaia, em no máximo um mês, as promoções das distribuidoras devem acabar e os preços do etanol terão forte alta nos postos de combustíveis da cidade paulista, o que dará a impressão ao consumidor de um reajuste sem justificativa.
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? O que muito pouca gente lembra é que, em 40 dias, os preços recuaram mais de 40%, pois o preço do litro do álcool era de R$ 1,70 ? concluiu.
Já Alisio Vaz, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), entidade que representa as grandes distribuidoras, salientou que não era possível fazer uma avaliação sobre a situação em Ribeirão Preto, mas considerou como “exagerada” a queda nos preços do etanol no município paulista.
Vaz avaliou, no entanto, como “normal a disputa pontual de preços entre postos e entre distribuidoras, apesar de ser uma tática suicida que dá a falsa impressão ao consumidor de que o combustível está muito barato”. O vice-presidente executivo do Sindicom reafirmou também que ainda é grande a sonegação por parte de distribuidoras pequenas na venda de etanol, o que gera turbulência no mercado do combustível.
? Ainda hoje, mesmo com todas as medidas tomadas, cerca de um terço do etanol é vendido sem o recolhimento de impostos ? concluiu.
